O fenômeno que tem deixado o pôr do sol da Paraíba mais avermelhado e exuberante, deve persistir pelos próximos dias. O fenômeno, considerado raro, é decorrente das nuvens cinzas da erupção do vulcão na ilha de Tonga, no Oceano Pacífico.
As nuvens que se formaram com as cinzas do vulcão submarino atravessaram 12 mil quilômetros e se refletiram no estado paraibano deixando o céu com cores vibrantes. Vários registros feitos em cidades como Bananeiras, Areia, Campina Grande, João Pessoa, mostram o céu com a cor rosa e avermelhada.
O fenômeno, visto nos últimos dias, deve continuar ainda por mais algum tempo. Os astrônomos ainda não sabem quanto tempo o fenômeno vai durar, visto que as partículas ficam em suspensão por um determinado período, sendo dispersadas pelos ventos na estratosfera até desaparecerem completamente.
Os tons variam do rosado, púrpura, avermelhado até o alaranjado e ocorrem no entardecer e amanhecer. Os registros mostram o céu mais avermelhado, ficando claro por mais tempo que o comum. O fenômeno chegou ao Brasil há alguns dias e também foi registrado em outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, e em todo o sul.
Conforme os especialistas, o tom rosado que se forma, é proveniente do ângulo da refração da luz. Isso porque, as partículas refletem as cores separadamente da luz branca, que são sete cores. Com isso, no começo da manhã e ao entardecer, devido à inclinação da terra, as luzes alaranjadas e avermelhadas são mais visíveis.
Segundo os especialistas, as cores vibrantes são, na verdade, poluição provocada pelo vulcão Tonga, que entrou em erupção no último dia 15. Sua força superou a de uma bomba atômica e detonou um tsunami devastador, que também mexeu com o céu. A fumaça expelida “viajou” pelo Pacífico Sul e, 12 mil quilômetros depois, até chegar à Paraíba.
Na região do vulcão e no momento da erupção, os ventos na estratosfera estavam e ainda estão vindo de leste para oeste, a mais ou menos 40-50 km/h. Essa direção do vento está se mantendo em torno de todo o planeta, nessa faixa de latitude.
O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Robson de Souza Nascimento, doutor em Meteorologia, explicou que a explosão do vulcão, foi aproximadamente 100 vezes mais potente que a bomba de Hiroshima, lançou partículas nas camadas mais altas da atmosfera.
Segundo ele, com a circulação de ar que atua no mundo inteiro, o ar se eleva para as altas camadas da atmosfera e se desloca para várias regiões do globo, transportando umidade e, no caso do vulcão, as cinzas vulcânicas.
Considerada uma das maiores erupções vulcânicas das últimas três décadas no mundo, a explosão do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, ocorrida em 15 de janeiro, provocou um tsunami no Oceano Pacífico. Houve registros de ondas nos Estados Unidos, na Nova Zelândia, no Japão e no Peru.
Na Paraíba, o espetáculo de cores pode ser esperado por mais algumas semanas. Os especialistas garantem que mesmo sendo oriundos da erupção do vulcão, as cinzas não são nocivas no Estado, visto que estão localizadas na estratosfera, que é a camada acima das nuvens de chuvas.
PB Agora