Chegamos a mais um fim de ano. Um momento em que, por mais que o mundo esteja em crise, as celebrações do Natal e do Ano Novo continuam a nos envolver. Natal, Navidad, Merry Christmas, Joyeux Noël. As línguas se misturam, mas a mensagem de esperança e alegria transcende fronteiras. A cada 25 de dezembro, a festa de Cristo nasce nas casas, nas ruas, nos corações, trazendo consigo uma celebração que, como um renascimento, une tanto os que têm abundância quanto os que vivem em dificuldades.
Essa época é marcada por uma efervescência de sentimentos diversos: alegria, sim, mas também tristeza, frustração e a reflexão sobre sonhos não realizados. Como podemos ver, o ano que passou foi um espelho da complexidade de nossa realidade — ao mesmo tempo em que há uma onda de felicidade que se espalha pelo mundo, há também um sentimento coletivo de que o futuro é incerto. A economia mundial está instável e, no Brasil, a situação não é diferente. O momento é de incerteza, e os prognósticos para o próximo ano seguem um rumo difícil, especialmente com o novo cenário político internacional que se aproxima com a posse de Donald Trump. Suas promessas de mudança nos afligem e geram desconforto em países menos favorecidos.
Em meio a essa turbulência, a política internacional, como sempre, continua a moldar os destinos de milhões de pessoas. Trump, que assumirá a presidência dos Estados Unidos, fala em paz, mas o que se vê são tensões crescentes no Oriente Médio, onde conflitos antigos e violentos ainda se arrastam. A guerra, como sempre, não traz nada além de sofrimento. O sofrimento das famílias perdendo seus entes queridos, o sofrimento dos refugiados que fugiram de suas casas, o sofrimento daqueles que vivem sob ditaduras e regimes opressores, como a Síria, que, sob o comando de Bashar al-Assad, tem sido um epicentro de dor e desolação.
A cruel realidade que enfrentamos nos lembra que, apesar das dificuldades econômicas e políticas, Natal é também o momento de nos lembrarmos de algo maior. É um tempo de reflexão sobre a mensagem do Emmanuel, “Deus conosco”. A luz do Natal nos convida a olhar para além da tristeza, do medo e da raiva, e nos faz lembrar de que a verdadeira paz, a paz que transcende todo entendimento, não vem de soluções humanas ou políticas, mas da presença divina entre nós.
Como cidadãos, seja no Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer outro canto do mundo, é importante refletir não apenas sobre os problemas ao nosso redor, mas também sobre a necessidade de cultivar em nossos corações um espírito de solidariedade, amor e perdão. Neste Natal, não deixemos que os desafios da vida nos ofusquem a esperança. Que possamos, ao contrário, olhar para o nascimento de Cristo como um símbolo de renovação e de fé em dias melhores.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
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