Hoje comemora-se o dia internacional da mulher e em crônica semanal o Des. Marcos Souto Maior fez linda homenagem as mulheres que compõem o Judiciário Nacional. Em especial em vista de recente posse prestigiada da primeira mulher que ascende o cargo de vice-presidente e corregedora do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, marcando história e tranzendo a pureza, delicadeza e sabedoria fenimina à justiça eleitoral paraibana.
A Paraíba vem fazendo história no Judiciário, primeiro com Desa. Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti Maranhão como Presidente do TJ-PB, agora com a Desa. Maria das Graças Morais Geudes como a primeira vice-presidente do TRE-PB, rompendo definitivamente com o arcaico machismo que ousa em tentar questionar a competência das mulheres nordestinas. No Judiciário Paraibano as magistradas já são grande parcela com merecido prestígio, vale a pena transcrever a crônica Souto Maior publicada no Jornal da Paraíba, Diário de Sergipe e Tribunal de Alagoas:
O Poder Judiciário brasileiro, historicamente, foi formado pela maioria de homens, ao longo dos anos, os quais também tomaram conta dos grandes e principais cargos eletivos, ficando as mulheres esquecidas para o acesso eletivo de cargos administrativos, a exemplo dos demais espaços políticos, para os que diziam ser ousado demais ao belo sexo frágil. Demorou, sim, mas o cenário logo mudou para acolher mulheres determinadas, descortinando os todos impedimentos até então praticados, obtendo a magna representação que efetivamente mereciam. Na verdade, as mulheres levantaram os olhos para encarar os chefes de família e a competição foi esticando, até a balança alternar ambos sexos na roleta das possibilidades de trabalhar!
No nordeste querido, ainda era tímida a participação feminina nos Tribunais estaduais e federais, podendo demonstrar e aplaudir as Desembargadoras Elvira Maria de Almeida Silva e Iolanda Santos Guimarães, ambas do Tribunal de Justiça de Sergipe; a Desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento, da Corte de Alagoas; e, as Desembargadoras Judite Nunes e Maria Zeneide Bezerra, essa última hoje, galgando o cargo de Presidente do TRE-RN. Na minha destemida Paraíba, o nosso Tribunal de Justiça conta com três Desembargadoras em seus quadros, são elas, Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, Maria das Neves do Egito Duda Ferreira e Maria das Graças Morais Guedes.
Sempre de vanguarda, o TJ-PB foi além do possível, abrindo inéditos espaços na 2ª Câmara Cível, somente com mulheres, tais as Desembargadoras Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, eleita Presidente, ao lado de Maria das Neves do Egito Duda Ferreira, complementando com a Juíza convocada, Doutora Silvana Pires Brasil Lisboa, e a Procuradora de Justiça, Doutora Lúcia de Fátima Maia de Farias, que atuaram em sessão inédita e marcando a presença forte da mulher no judiciário paraibano.
Ontem, o Diário da Justiça da Justiça Eleitoral divulgou a posse da magistrada Maria das Graças Morais Guedes, na condição de Vice-Presidente e Corregedora do TRE-PB, no período eleitoral das eleições municipais deste ano de 2016, sendo ela a primeira Desembargadora a tomar acesso cumulando os dois cargos.
Essas mulheres inteligentes, determinadas e destemidas romperam com as barreiras do machismo, com três nomeações perante o Supremo Tribunal Federal, trazendo o toque leve e sensível do decantado sexo que, na prática, nada tem de frágil, abrindo solenemente os ditames da Constituição Cidadã, primeiro com a Ministra Ellen Gracie Northfleet, empossada em 14 de dezembro de 2000, seguida de Carmen Lúcia e Rosa Weber, com posses, respectivamente, em 21 de junho de 2006 e 19 de dezembro de 2011. Das ministras do Superior Tribunal de Justiça destacam-se nesses tempos: Fátima Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Assusete Dumont Reis Magalhães, Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Maria Thereza Rocha de Assis Moura, Regina Helena Costa.
Neste jardim de mulheres lindas, em todos os sentidos, fico com a mensagem de Cora Coralina, ao afirmar: “Não sei… se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: o colo que acolhe, o braço que envolve, a palavra que conforma, o silêncio que respeita, a alegria que contagia, a lágrima que corre, o olhar que acaricia, o desejo que sacia, o amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar…”
Minha querida e saudosa mãe, Adélia, professora diplomada, pode também ser simples rosa no jardim do Judiciário, já que foi o seu esforço e trabalho diuturno, que viabilizou a educação deste filho, que iniciou na qualidade de advogado para, depois, tornar-se desembargador pelo quinto constitucional!