Como um Forrest Gump da Paraíba, o cineasta André da Costa Pinto, 25, gosta de contar histórias incríveis. Incríveis até demais, pois cabe aqui o sentido literal da palavra: difíceis de acreditar.
Em filmes, ele já falou de uma cega ninfomaníaca e virgem, um ex-frade paraibano que virou político transexual pioneiro na França e um senhor que, a partir de sonhos, esculpia obras comparadas às de Leonardo da Vinci.
Todos personagens da vida real, ele garante. É de Barra de São Miguel (PB), sua cidade natal, com 6.000 habitantes e uma prefeitura já chefiada por seu pai, que saiu parte dessas figuras dignas de uma parceria entre Pedro Almodóvar e Spike Jonze.
Se ver não basta para crer, some à palavra de Pinto registros oficiais (como boletins de ocorrência) e jornalísticos sobre os fatos que o inspiram.
Resumir “Tudo que Deus Criou”, seu primeiro longa, realizado com R$ 150 mil vindos da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), é tarefa árdua. O filme acompanha a rotina do travesti Miguel, que se prostitui. A certa altura, ele é estuprado pelo cunhado. A mulher deste (irmã do travesti) tem Aids.
Miguel tem um namorado, que é assediado por uma cega balzaquiana fissurada em sexo sem nunca ter chegado às vias de fato. O desfecho –real– parece saído da pena de Nelson Rodrigues.
O novato reuniu um elenco com Letícia Spiller (a cega), Maria Gladys, Guta Stresser e Paulo Vespúcio.
UM ABRAÇO, UM ROTEIRO
O filme nasceu graças a uma demonstração pública de afeto. “Um senhor me parou na rua e pediu para eu lhe dar um abraço”, conta Pinto. Esse sujeito tinha se emocionado com um curta do diretor e convidou-o para almoçar. Na ocasião, Pinto conheceu o homem que lhe narraria sua história de vida –a base de “Tudo que Deus Criou”.
O curta em questão era “Amanda e Monick” (2009), sobre duas transexuais. Amanda é professora, conhecida de infância do diretor. Monick é aluna daquela e vive com uma lésbica -que está grávida dela.
Já “A Encomenda do Bicho Medonho” (2006) é sobre um artesão que também era barbeiro do diretor. Em sonhos, o homem, analfabeto, era instruído por um animal a talhar criaturas em troncos. No documentário, um especialista vê semelhança entre as peças e trabalhos de Da Vinci.
O trabalho mais intimista é um curta sobre a longa amizade entre a avó e uma amiga que havia sofrido um AVC. “Minha avó canta ‘Último Desejo’, do Noel Rosa, que elas gostavam. De repente, a amiga abre os olhos, após anos paralisada. Aí fecha os olhos e morre na frente da câmera”, descreve Pinto.
Agora, o rapaz finaliza um documentário sobre Camille Cabral, “que nasceu Raimundo, virou frade, depois transexual, se formou médica, foi para a França, elegeu-se para um cargo público lá e trabalhou com o FBI contra o tráfico internacional sexual”.
Camille? Conhecida da família. Incrível. Quase demais.
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