Ministério da Agricultura planeja rodízio de fiscais nos frigoríficos para evitar corrupção
O Ministério da Agricultura planeja instituir um rodízio de fiscais em frigoríficos a fim de evitar casos de corrupção, como os investigados na Operação Carne Fraca.
O objetivo do rodízio será impedir a criação de vínculo entre fiscais e empresas, segundo informou o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luís Rangel, em entrevista ao G1.
De acordo com Rangel, o ministério também estuda adotar o deslocamento de auditores agropecuários, que serão convocados para aderir a uma transferência voluntária para outras regiões do país.
Hoje, explicou o sercretário, a maior parte dos auditores está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, mas a produção agrícola se deslocou para outras regiões, como o Centro-Oeste e alguns estados do Norte, onde acabam faltando fiscais.
Rodízio
Rangel informou que, atualmente, quem determina qual fiscal será responsável pela fiscalização de cada frigorífico ou fábrica é o superintendente de agricultura do estado.
Na avaliação dele, é essa abertura que pode ter levado aos casos de corrupção denunciados na Carne Fraca.
Entre os investigados pela Polícia Federal na operação, suspeitos de irregularidades, estão os ex-superintendentes do Paraná e Goiás, que foram depois exonerados pelo ministério.
Na avaliação de Rangel, a ausência de uma política de reciclagem e de rodízio de fiscais fez com que se aprofundassem as relações entre auditores e empresas. Segundo ele, foi a partir daí que “começou a haver negligência” no setor.
“Pode ter havido interferência política? Tudo indica que sim, que o superintendente, conhecendo os fiscais, posicionou as pessoas que ele conhecia que tinham essa postura mais negligente para favorecer determinadas empresas”, disse Rangel.
Ele destacou que a proposta não é resultado da Operação Carne Fraca e que já estava em estudo dentro do ministério, junto com as mudanças do regulamento de inspeção de produtos de origem animal.
Anunciadas no dia 29 de março, as mudanças no regulamento endureceram a punição a empresas, que poderão agora até perder o registro federal, chamado de SIF, se cometerem três infrações classificadas como gravíssimas no prazo de um ano.
Clique aqui e confira o conteúdo na íntegra
G1