Uma ação trabalhista movida por uma funcionária do Hospital Padre Zé em João Pessoa, trouxe à tona graves denúncias contra a administração da instituição. A trabalhadora, afastada para tratar de transtornos psiquiátricos, acusa o hospital de assédio moral, acúmulo de funções e negligência quanto às condições de trabalho. No processo, ela solicita uma indenização no valor de R$ 162.370,34 e o reconhecimento de sua rescisão indireta.
Contratada como auxiliar administrativa em 2015, a funcionária alega que, desde 2020, foi forçada a acumular funções de coordenadora de lavanderia sem alteração no cargo registrado em sua carteira de trabalho ou aumento salarial. A redução do quadro de funcionários teria aumentado a sobrecarga de trabalho, obrigando-a a realizar tarefas como costura, serigrafia e transporte de roupas hospitalares.
Além disso, a funcionária denuncia assédio moral por parte de suas superiores, identificadas no processo como Janine e Amanda. Ela relata episódios de perseguição, críticas públicas e ridicularização. O processo também aponta a restrição no fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), expondo a equipe a riscos. Ela, por conta disso, afirma ter sido obrigada a comprar materiais de proteção com recursos próprios.
Devido às condições de trabalho, a funcionária desenvolveu sérios problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, sendo diagnosticada e afastada para tratamento psiquiátrico em 2023. Ela está incapacitada para retornar ao trabalho e pede à Justiça o reconhecimento da rescisão indireta de seu contrato, devido às faltas graves cometidas pela instituição.
Entre as reivindicações no processo estão o pagamento de diferenças salariais pelo acúmulo de funções, adicional de insalubridade em grau máximo, horas extras não pagas e uma indenização por danos morais no valor de R$ 40 mil. A funcionária também solicita a estabilidade provisória prevista por lei para trabalhadores que desenvolvem doenças ocupacionais.
O caso se soma a uma série de escândalos envolvendo o Hospital Padre Zé, que recentemente esteve no centro de investigações de desvio de verbas. O ex-diretor da instituição, padre Egídio de Carvalho Neto, é acusado de desviar mais de R$ 140 milhões e de cometer diversos atos ilícitos, incluindo a venda de celulares doados e o uso de recursos da instituição para adquirir bens de luxo. O caso segue sendo apurado pelas autoridades, com novas denúncias e investigações sendo feitas ao longo de 2024. A informação foi dada em primeira mão pelo portal PoderPB;
VEJA O DOCUMENTO
AÇÃO TRABALHISTA-compactado (1)
PB Agora