A 3ª fase da Operação Gabarito, iniciada no dia 22 de maio, identificou novos suspeitos da organização criminosa, dentre eles mais um professor – é o quarto professor identificado. “Esse professor é bem conhecido, da área de cursinhos, mas não é da Paraíba”, disse a delegada Vanderleia Gadi, executiva da Delegacia de Defraudações e Falsificações – DDF de João Pessoa.
A análise do material apreendido e a perícia que ainda está em andamento nos equipamentos permitiu identificar membros importantes da organização, que ainda estão em liberdade. O delegado Lucas Sá, titular da DDF, informou que a Polícia Civil vai pedir a prisão dessas pessoas nos próximos dias.
Foram encontrados, segundo a polícia, documentos relacionados a uma possível atuação de membros da organização com licitações públicas do estado de Alagoas e relacionados à construção de diversos imóveis na Região Metropolitana de João Pessoa, que apontam para possível lavagem de dinheiro, por meio da construtora TM Borges. “Boa parte do dinheiro da quadrilha era lavado nessa construtora”, disse a delegada Vanderleia Gadi. Ela afirmou que os imóveis que ainda forem de propriedade da quadrilha poderão ser alvo de pedido de desapropriação.
A Justiça deferiu recentemente a quebra de sigilos fiscal e bancário dos suspeitos.
Além disso, houve a identificação de pessoas ligadas à logística da organização, tanto da área tecnológica como outras responsáveis por assessoria jurídica aos candidatos que se beneficiaram pela atuação do grupo.
Durante a 3ª fase, a DDF interrogou vários suspeitos, entre eles parentes de presos na Operação e candidatos beneficiados com o esquema criminoso que compareceram espontaneamente à DDF para confessar a atuação criminosa. Eles informaram ter pago em média R$ 30 mil, para a aprovação em concursos realizados por prefeituras da grande Região Metropolitana. Segundo a polícia, detalhes destes concursos serão divulgados em breve.
A Delegacia de Defraudações ainda apreendeu documentos de concursos que estão entre os mais disputados, cujos candidatos pagaram valores de R$ 120 mil, para cargo de nível médio, e R$ 150 mil, para nível superior.
Ainda não há um número exato dos valores obtidos pela organização, mas a DDF estima que tenham sido obtidos mais de R$ 100 milhões em pelo menos 10 anos de atuação criminosa. Valores exatos serão divulgados após a análise das quebras de sigilos bancários, deferidas recentemente pela Justiça.
A 3ª fase da Operação deve ser concluída até o dia 9 de junho, com o compartilhamento de cópia integral das provas a outras instituições e com a instauração de investigações específicas para os concursos realizados no Estado da Paraíba. A conclusão dessa fase tem como objetivo, ainda, a prisão de membros importantes da organização, que foram identificados recentemente com a análise do material apreendido, mas que continuam soltos. A identificação de beneficiados (candidatos) de maneira completa deverá acontecer a partir da 4ª fase, com a instauração das investigações específicas para cada concurso com atuação do grupo.
Da Redação com Assessoria