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Grupo de risco: pacientes com problemas cardíacos devem estar atentos a Covid-19

Foto Claudio Furlan – LaPresse 10 Marzo 2020 Brescia (Italia) News Tende e strutture di emergenza degli Spedali Civili di Brescia per l emergenza coronavirusPhoto Claudio Furlan/Lapresse 10 March 2020 Brescia (Italy) Tents and emergency structures of the Civil Hospitals of Brescia for the coronavirus emergency

Levantamento do Ministério da Saúde indica que mais de 30% dos óbitos foram de pessoas cardiopatas

Pacientes com histórico de doenças cardíacas têm apresentado risco de evolução desfavorável quando infectados pelo Coronavírus. Dados provenientes de diversos países afetados pela atual pandemia indicam que a presença prévia de cardiopatia aumenta expressivamente a proporção de casos graves – que necessitam de tratamento em UTI e suporte ventilatório – e de mortalidade.

De acordo com o Dr. Luiz Guilherme Velloso, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, embora ainda careçam de estudos aprofundados, as explicações propostas para esses dados podem estar ligadas a fatores como:

– Idade dos pacientes (a população cardiopata costuma estar acima de 60 anos) e diagnóstico concomitante de outras doenças que afetam a imunidade, por exemplo diabetes e hipertensão arterial;

– Desdobramentos da falta de oxigenação do sangue, devido a lesão pulmonar ou choque, que pode ser muito mal tolerada em pacientes que tinham anteriormente insuficiência cardíaca, doença coronária ou arritmias;

– Agressão viral direta às células do músculo cardíaco (miocardite aguda).

“Ainda nesse contexto, vale lembrar que diversos medicamentos presentemente em uso para os casos graves de COVID-19 podem ter efeito prejudicial em lesões cardíacas, sejam elas preexistentes ou agudas. Exemplo disto é o agravamento de algumas arritmias pelo uso de hidroxicloroquina”, alerta Velloso.

Para o médico, independentemente de qual seja o mecanismo pelo qual ocorre, a elevação dos marcadores de lesão miocárdica (troponinas) se associa ao importante aumento da mortalidade em pacientes com COVID-19.

“No Brasil, o Ministério da Saúde apontou que 31% dos óbitos ocorridos no país foram de pacientes com histórico de doenças cardíacas. Esse cenário não é diferente lá fora, se olharmos para Wuhan, em uma análise de 44 mil pacientes infectados, embora somente 4,2% tivessem cardiopatia, os cardiopatas compuseram 22,7% dos óbitos”, destaca Velloso.

De olho nos sintomas e na prevenção

Nos pacientes com cardiopatias, os sintomas de sua doença preexistente podem ser confundidos com algumas das manifestações do COVID-19, como a falta de ar e a dor torácica.

Velloso salienta, entretanto, que, idealmente, esses pacientes devem procurar orientações em consultas com cardiologistas e, até mesmo, avaliação remota, com o uso da telemedicina.

“Por serem grupo de extremo risco para a infecção viral, os cardiopatas devem ao máximo evitar exposição a ambientes de alta contaminação, como os prontos-socorros.”

Para evitar a contaminação pelo vírus, vale ainda seguir à risca os cuidados de prevenção diários: manter o distanciamento social, se possível, permanecendo em casa; evitar contato com pessoas sabidamente com quadros suspeitos ou confirmados de COVID-19; ter extrema atenção à lavagem e desinfecção das mãos; e evitar aglomerações e o contato com superfícies potencialmente contaminadas.

 

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