Uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizada no Salão do Artesanato, em João Pessoa, resultou na apreensão de peças artesanais que utilizavam penas de aves de espécies ameaçadas de extinção. A fiscalização foi desencadeada após denúncias feitas por turistas e ocorre em meio ao evento que reúne 549 artesãos de várias regiões da Paraíba, com programação até o dia 2 de fevereiro.
De acordo com informações do superintendente do Ibama na Paraíba, Geandro Guerreiro Pantoja, agentes à paisana confirmaram a comercialização de peças contendo penas de araras e outros pássaros nativos da Amazônia. “O Ibama, ao tomar conhecimento das denúncias, precisou agir de acordo com a legislação ambiental. Infelizmente, confirmamos o uso de penas de aves em extinção, o que caracteriza crime ambiental”, afirmou Pantoja.
O Cacique Sandro, por sua vez, contestou a ação, argumentando que as penas utilizadas na confecção dos itens são provenientes da muda natural das aves e criticou o que considerou uma abordagem desproporcional por parte do órgão ambiental.
Salão do Artesanato: um espaço para a cultura paraibana
Realizado pelo Governo da Paraíba e pelo Sebrae-PB, o Salão do Artesanato é um dos maiores eventos culturais do estado e, nesta edição, homenageia os artesãos que trabalham com técnicas de papietagem e papel machê. Sob o tema “Qual o seu papel?”, o evento conta com uma estrutura inédita de mais de 6 mil metros quadrados, onde os visitantes têm acesso a uma ampla variedade de produtos, incluindo bordados, brinquedos populares, macramê e artesanato indígena.
Com reconhecimento de instituições como a Unesco, o evento é um marco na valorização da cultura paraibana e no incentivo ao trabalho de centenas de artesãos. Contudo, o episódio envolvendo o uso de materiais provenientes de espécies ameaçadas ressalta a importância da conformidade ambiental no setor.