Representantes do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) e do Fórum dos Assentados do Cariri
Paraibano estiveram reunidos nesta segunda-feira (17), na sede do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Paraíba, para estreitar as relações entre as
entidades e definir o calendário final do processo de construção participativa dos Planos
de Desenvolvimento dos Assentamentos (PDAs) e dos Planos de Recuperação dos Assentamentos
(PRAs) de 13 assentamentos da reforma agrária na região.
De acordo com o superintendente do Incra-PB, Lenildo Dias de Morais, ficou acordado que o
fechamento do processo de elaboração dos PDAs e PRAs dos assentamentos, que está sendo
realizado em conjunto por assentados, assistência técnica e pelo PDHC, deve ser concluído
até 15 de novembro.
“Os PDAs e PRAs são resultados do levantamento e da análise de dados referentes ao
ambiente interno dos assentamentos, como suas potencialidades e suas limitações, e ao
ambiente externo dessas comunidades, em seus aspectos ambiental e sócio-econômico, com o
objetivo de subsidiar ações que contribuam para o desenvolvimento dos assentados”,
explicou Lenildo Morais.
Segundo o diretor do PDHC, Espedito Rufino, entre os projetos que podem ser desenvolvidos
após a aprovação dos PDAs e PRAs dos 13 assentamentos do Fórum dos Assentados do Cariri
Paraibano estão: o manejo da caatinga para fins apícola, madeireiro e forrageiro; a
articulação com criatórios de caprinos e ovinos para melhorar a produtividade de leite e
de carne e preservar os recursos naturais; e investimentos na instalação de ecofogões e
biodigestores.
Uma das representantes do Fórum dos Assentados do Cariri Paraibano, Adeilza Procópio da
Silva, do assentamento José Marcolino, no município de Prata, a cerca de 314 km de João
Pessoa, explicou que os PDAs e PRAs direcionam o trabalho dos assentados, apontando, por
exemplo, culturas mais rentáveis para a região, e fornecem orientações sobre os projetos
e as obras de infraestrutura necessários ao desenvolvimento dos assentamentos.
*Consórcios agroecológicos*
O PDHC apoia, no Cariri, três feiras agroecológicas com certificação orgânica do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos municípios de Congo, Sumé
e Monteiro.
O Projeto também apoia, em parceira com a Embrapa Algodão de Campina Grande, a produção
de algodão branco e de alimentos através de consórcios agroecológicos em 12 assentamentos
e comunidades da agricultura familiar da região.
O algodão plantado é da variedade aroeira, desenvolvida pela Embrapa Algodão. “Essa
variedade se adapta muito bem às condições do semi-árido e seus caroços têm quase 25% de
óleo”, afirmou Rufino, acrescentando que o beneficiamento do óleo é feito nas próprias
comunidades, de forma itinerante.
O algodão aroeira, conforme Rufino, possui fibras médias e está sendo utilizado na
produção de tecidos orgânicos que são transformados em peças de vestuário por
cooperativas de mulheres no Rio de Janeiro (RJ). Através da Rede de Comércio Justo e
Solidário, as peças já foram negociadas em cidades como Madri, Londres e Paris.
A maior parte do algodão já está certificada e sete das 12 áreas já iniciaram o processo
de certificação orgânica dos alimentos cultivados em consórcio com esta cultura junto ao
Mapa.
PDHC
O PDHC é uma iniciativa apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que
desenvolve ações estruturantes para fortalecer a reforma agrária e a agricultura familiar
no semi-árido nordestino, investindo na articulação e organização dos espaços de
participação social.
Assessoria
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