Centenas de agricultores familiares de acampamentos e de assentamentos da reforma agrária de várias regiões da Paraíba ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram de reunião, nesta segunda-feira (16), com a direção estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa, para apresentarem pauta de reivindicações do movimento.
O encontro, realizado no Dia Mundial da Alimentação, faz parte da jornada de mobilizações promovida pelo MST em todo o país para demandar, entre outras ações, a retomada dos processos de aquisição de novas áreas para a reforma agrária, a ampliação de recursos destinados à concessão de créditos para as famílias assentadas, à reforma e construção de moradias nos assentamentos, ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), à implantação de agroindústrias em assentamentos, ao Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e à assistência técnica.
A reunião foi realizada no auditório do Incra/PB e contou com a presença do superintendente regional da autarquia, Antônio Barbosa Filho, do chefe da Divisão de Desenvolvimento e Consolidação, Marcos Faro Eloy Dunda, do coordenador-geral do Escritório Estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil (MDA) na Paraíba, Cícero legal, e de lideranças do MST no estado.
Integrante da direção nacional do MST, a liderança estadual Zilma Feitosa destacou a doação de toneladas de alimentos pelos agricultores ligados ao movimento durante a pandemia de covid-19. “Nosso objetivo é não ver pessoas sem ter o que comer, sem moradia”, afirmou.
Segundo Zilma, apenas na Paraíba há 2,3 mil famílias reivindicando o assentamento em área de reforma agrária.
Após a leitura da pauta de reivindicações do MST, o superintendente do Incra/PB, Antônio Barbosa Filho, afirmou que o governo federal tem compromisso com o atendimento das demandas sociais. Ele também leu um documento escrito por ministros de várias pastas do governo federal reconhecendo a importância da agricultura familiar na produção de alimentos e a necessidade de retomar e ampliar as políticas públicas voltadas à reforma agrária.
Barbosa falou ainda das dificuldades enfrentadas pelo Incra para a execução de ações nos assentamentos da reforma agrária, a exemplo da escassez de servidores e de limitações orçamentárias.
Após um almoço feito com alimentos produzidos pela agricultura familiar, a reunião foi retomada com a fala do chefe da Divisão de Desenvolvimento e Consolidação, Marcos Faro, que detalhou as ações que já estão em andamento no Incra/PB e discutiu todos os pontos da pauta com os agricultores.