O Juiz Ricardo Vital de Almeida, em sua justificativa para o pedido de prisão de Padre Egídio, Amanda Duarte Silva Dantas e Jannyne Dantas Miranda e Silva (as duas ex-diretoras do Hospital Padre Zé) expôs que o montante desviado por eles ultrapassou a marca de R$ 4,5 milhões em menos de três anos.
O magistrado, responsável pelo processo em questão, destacou que o desvio de recursos ocorreu no período compreendido entre janeiro de 2021 e setembro de 2023 (excluindo julho de 2023). O valor exato mencionado foi de R$ 4.510.234,77 (quatro milhões, quinhentos e dez mil, duzentos e trinta e quatro reais e setenta e sete centavos). Essa quantia representa uma média mensal de R$ 140.944,83 desviados dos cofres das entidades envolvidas.
A revelação do montante desviado chama a atenção para a gravidade do caso, destacando o impacto financeiro significativo causado pelas ações dos investigados. O Juiz Ricardo Vital de Almeida ressaltou que esses desvios ocorreram em um período em que a instituição liderada pelo Padre Egídio enfrentava dificuldades financeiras, acumulando dívidas consideráveis.
A instituição em questão, que engloba o Instituto São José, o Hospital Padre Zé e a Ação Social Arquidiocesana (ASA), tem débitos estimados em R$ 2.343.723,66 (dois milhões, trezentos e quarenta e três reais e sessenta e seis centavos). O contraste entre os desvios milionários praticados pelos investigados e as dívidas acumuladas pela instituição ressalta a gravidade da situação.
O juiz enfatizou que, enquanto o Padre Zé enfrentava dificuldades financeiras, os investigados desfrutavam do desvio de recursos públicos para benefício próprio. Além disso, salientou a confusão patrimonial entre os bens da instituição, que deveriam ser destinados ao atendimento de pessoas carentes, e os bens particulares do grupo criminoso.
Confira trecho da decisão: