Agora penso: como saio disso?
Desse cárcere que chamo de dia,
Exaure a liberdade, mas não a vida,
E adia enquanto pode meu leito.
Lembro quando não tinha juízo e vivia.
Voava alto como pássaro,
Arranhava céus com meus sonhos
Ao invés da minha paz e consciência.
Observo os pássaros sem rumo
Aprisionados em uma gaiola
E lembro; é somente meu reflexo,
Refletindo no pior momento da vida:
A luta de quem ganha o leito primeiro.
Recordo da insolação praiana,
Eventos eufóricos e puro libido
Que hoje perpetuam-se em uma lembrança.
Mesmo na pior ideia, penso:
Talvez amanhã seja tudo novo.
Diante de tudo, esboço um sorriso.
Joplin Fonseca