A Polícia Federal (PF) divulgou, ontem (20), um balanço parcial das 47 ações de busca e apreensão da Operação Fantoche, que investiga desvio milionário de verbas através de contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S, como o Sesi. Em Pernambuco, os agentes recolheram R$ 26.736, em dólares e euros, quatro veículos, além de documentos e computadores.
As informações sobre o trabalho em outros cinco estados e no Distrito Federal não foram repassadas pela PF. Na operação, deflagrada na terça-feira (19), foram cumpridos dez mandados de prisão. Entre os detidos, estavam o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Róbson Braga, e o presidente da Federação das Indústria de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger.
Também foram presos o presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Francisco de Assis Benevides Gadelha, e um dos vice-presidentes da CNI; e presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra de Andrade. Os quatro foram soltos ainda na terça e devem ficar afastados das atividades durante 90 dias, por determinação da Justiça Federal.
Também foram soltos o advogado Hebron Costa Oliveira e a publicitária Lina Rosa Vieira, sócia da Aliança Comunicação e Cultura, uma das empresas investigadas que em Campina Grande coordena o São João da cidade. Quatro empresários tiveram a prisão temporária por cinco dias decretada pela Justiça e seguiram para o Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
São eles: os irmãos Luiz Antônio e Luiz Otávio Vieira da Silva, também sócios da Aliança; Jorge Tavares Pimentel Junior, sócio da Neves e Silva Produção; e Júlio Ricardo Rodrigues Neves, sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação, outras duas empresas investigadas.
Apreensões
No balanço divulgado pela PF, consta que os agentes apreenderam 6.400 dólares americanos, 325 euros e 575 dólares canadenses. Entre os veículos apreendidos, estão caminhonetes de luxo. Além disso, foram recolhidos notas fiscais, contratos e recibos das empresas investigadas.
Todo o material aprendido na Operação Fantoche é encaminhado para a sede da Polícia Federal em Pernambuco, no Bairro do Recife, na área central da cidade, inclusive os itens recolhidos em outros estados.
Com a perícia técnica, a PF pretende levantar mais informações para apoiar as investigações em andamento. Com esse material, segundo a corporação, é possível conseguir outras provas da participação dos envolvidos no esquema criminoso. A PF disse, ainda, que não está descartada a possibilidade de novos fatos surgirem, como outras pessoas ou empresas suspeitas.
Caso isso aconteça, pode ocorrer a deflagração de uma nova fase da Operação Fantoche, com o objetivo de cumprir mais ordens judiciais.
Justiça
Os mandados judiciais da Operação Fantoche foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco. A ação teve início a partir de relatórios de auditoria elaborados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU) em Pernambuco.
Esses documentos tratavam de uma suposta associação criminosa envolvendo entidades que integram o Sistema S para a prática de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
Esses crimes eram praticados, segundo a Justiça Federal, por meio da utilização de empresas de fachada ou fantasmas e organizações sem fins lucrativos. Assim, contratações diretas eram justificadas sem comprovar os devidos processos licitatórios e cotações de preços. Foram verificados valores superfaturados e falta de execução em alguns serviços contratados.PF prende dez suspeitos de desviar dinheiro público do Sistema S.
Redação com G1
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