A Justiça Federal em Campina Grande condenou os empresários Bueno Aires José Soares de Souza, Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento por um esquema de fraudes financeiras que movimentou cerca de R$ 301 milhões. O grupo Fiji Solutions, liderado por eles, operava com investimentos em criptoativos e prometia lucros expressivos a investidores sem a devida autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Bueno Aires recebeu uma pena de 25 anos e 2 meses de prisão, enquanto Breno e Emilene foram sentenciados a 14 anos e 8 meses cada.
A decisão judicial destaca que as empresas, além de atuarem sem registro, captavam recursos sob a promessa de lucros por meio de supostas operações financeiras. No entanto, a sentença aponta que o dinheiro arrecadado era destinado principalmente ao pagamento de investidores antigos, caracterizando uma estrutura de pirâmide. De acordo com o juiz Vinícius Costa Vidor, o capital dos novos investidores não era usado em operações legítimas de compra e venda de criptoativos.
Além das penas de prisão, o juiz determinou a reparação de R$ 34 milhões aos investidores, valor calculado com base em investigações da Polícia Federal. O magistrado detalhou na sentença a participação de cada réu: Breno era o “controlador” do grupo, enquanto Emilene atuava na captação e gestão de pagamentos, e Bueno Aires exercia funções de direção, movimentando milhões em contas pessoais.
A defesa dos acusados declarou que recorrerá da decisão, alegando divergências com a sentença. O caso é resultado da Operação Ilha da Fantasia, conduzida pela Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos réus. A operação desmantelou o esquema de fraudes financeiras e expôs as práticas ilícitas do grupo, trazendo à tona os prejuízos aos investidores.