A leoa Mimi, moradora do Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), foi submetida, nesta segunda-feira (19), a um tratamento odontológico e avaliação médica completa. As intervenções, realizadas no espaço de cambeamento da leoa, ocorreram sob anestesia e foram executadas por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da Bica, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), Ibama, Sudema, além de especialistas de outros estados.
Os procedimentos ocorreram no espaço de manejo da leoa, realizados sob anestesia para garantir a segurança e o bem-estar do animal. A intervenção odontológica foi considerada essencial para melhorar a qualidade de vida de Mimi, que apresentava problemas de mastigação e exposição da polpa dentária. Além disso, a equipe aproveitou a oportunidade para realizar uma avaliação completa da saúde da leoa.
Thiago Nery, chefe do setor do zoológico da Bica, explicou que a Mimi é um animal idoso, por isso a necessidade de aproveitar a sedação para fazer o máximo de exames possíveis. “Com o trabalho da equipe multidisciplinar a gente conseguiu fazer coletas de sangue, de urina, ultrassom, exames oftalmológicos, eletrocardiograma, ecocardiograma além do que foi o principal motivo da intervenção, que foi o tratamento odontológico. Além disso, a gente já percebeu que ela está apresentando alguns problemas renais, problemas crônicos, e ela está com infecção uterina que vai ser tratada aqui mesmo na Bica”, afirmou.
O chefe do setor do zoológico revelou quais os próximos passos relacionados à leoa Mimi. “Agora ela fica sob observação, ela vai sair do efeito do anestésico e a gente sabe que após o tratamento odontológico ela vai ter um alívio muito grande, exatamente igual ao ser humano após fazer um tratamento dentário. Agora a gente vai observando e aguardando o resultado dos exames laboratoriais para entrar com a medicação necessária”, disse.
A equipe multidisciplinar incluiu especialistas como o odontólogo veterinário Roberto Fecchio, médico veterinário de São Paulo; Rafael de Lima, da UFPB – Campus Areia; Glenison Dias, do Cetas; Guta Adami, especialista em anestesia para grandes felinos; Luciana Guerra, da UniDiagnóstico; Jeferson Cordeiro, anestesista; Pedro Inojosa, responsável pelos exames laboratoriais; e Olívia Borges, responsável pelas amostras citológicas. Além disso, toda a equipe técnica da Bica deu apoio a ação.
Segundo o médico veterinário Roberto Feccio, especialista na área odontológica, havia fratura de dois dentes caninos, sendo o canino superior esquerdo e o canino inferior esquerdo e ambos os dentes passaram por tratamento de canal. Havia ainda a ausência do canino superior do lado direito, o que foi constatado também através de radiografia, além de doença periodontal grave nos incisivos maxilares, incisivo lateral esquerdo e incisivo lateral direito e incisivo intermédio direito. Todo o procedimento foi acompanhado com imagens radiográficas.
“Sempre que tem um dente quebrado envolve a porção interna do dente, o nervo do dente, e por isso precisamos tratar o canal de alguns, e outros dentes, em função da idade dela e do acúmulo de tártaro, ela já tinha uma periodontite severa e exigiu algumas extrações. Então, basicamente ela passou pela extração de alguns incisivos e tratamento de canal de alguns dentes caninos. O tratamento da boca é fundamental para tirar o incômodo da dor local e evitar infecções em outros órgãos e trazer qualidade de vida, de se alimentar melhor, vai ter uma condição muito mais propícia para seguir conosco, por ser uma velhinha”, brincou Roberto Feccio.
Transferência há 1 ano – Proveniente do zoológico do Piauí, a transferência de Mimi para o Parque Arruda Câmara aconteceu em maio de 2023, com a finalidade de fazer companhia à leoa Leona, que já vivia no local. Atualmente com mais de 18 anos, a realização desses procedimentos é considerada importante para melhorar o bem-estar e qualidade de vida do animal.
PB Agora