Mais da metade dos 32 casos de mortes violentas registradas na Paraíba de 21 a 27 de agosto de 2017, acompanhadas pelo Monitor da Violência, ainda não foram solucionados após dois anos. Um total de 17 casos (53,12%) permanece sem esclarecimento, sendo que três deles foram arquivados por falta de indícios de autoria.
O novo levantamento mostra que, das 32 mortes na Paraíba, 12 casos ainda não tiveram o inquérito concluído pela polícia e 11 mortes não tiveram autores identificados. Na maioria dos casos (17), ninguém foi preso e até agora, apenas uma pessoa foi condenada pela Justiça.
Conforme o monitoramento, todos os casos tiveram inquérito aberto pela Polícia Civil, totalizando 30 inquéritos – três dos homicídios fazem parte de uma mesma investigação.
O único caso em que houve condenação foi o da morte do padre Pedro Gomes Bezerra, de 49 anos, que foi esfaqueado em casa na cidade de Borborema, no Brejo. O adolescente suspeito de participar no crime foi condenado a medida socioeducativa de internação. Apesar disso, um ex-coroinha suspeito de envolvimento no crime, que é maior de idade, seguia foragido até esta segunda-feira (23). O processo corre em segredo de Justiça.
Arquivamento
Um dos casos monitorados, que envolve as mortes de três pessoas, foi arquivado antes de completar um ano. Adriel Deleon Maia Cavalcanti, de 23 anos, Jeferson Barbosa de Moura Melo, de 26 anos e Karina Hellen Fernandes de Farias, de 21 anos, foram mortos após um comerciante reagir a um assalto no dia 22 de agosto de 2017, em Cacimba de Dentro.
As três pessoas eram suspeitas do assalto e morreram ainda no local. O comerciante foi indiciado por homicídio simples e crime tentado. O inquérito foi concluído e entregue ao Ministério Público da Paraíba, que não ofereceu denúncia alegando excludente de legítima defesa do comerciante. No dia 15 de agosto de 2018, o juiz da Vara Única de Cacimba de Dentro determinou o arquivamento do processo.
Redação com G1