‘Somente com a educação que a gente vai mudar’
Entre os itens que estarão expostos no Museu Brasileiro da Cannabis há réplica da máquina antiga de produção de cânhamo e antigos frascos medicinais vendidos nas farmácias americanas. O acervo, que continuará sendo construído, diz Gomes, conta também com recortes históricos de jornais, de revistas, cartazes de filme e fotografias do século passado. Tudo relacionado à cannabis.
— A cannabis tem uma história muito longa, que foi suprimida para atender a interesses políticos, ideológicos e comerciais. Até 1913, quando houve a primeira lei de proibição, na Califórnia, um terço dos medicamentos nas farmácias dos EUA continham resina de cannabis. Só a Pfizer fabricava 27 produtos de cannabis. Demorou até 1996 para a Califórnia aprovar outra lei flexibilizando a proibição — diz Cassiano Gomes, que destaca a importância do museu para conscientização da população acerca dos benefícios da cannabis medicinal. — Somente com a educação que a gente vai mudar.
O museu ficará num imóvel histórico de João Pessoa, tombada por ter sido casa do senador José Maranhão. Há cerca de um ano, a Abrace negociou o aluguel do espaço, para ampliar seus projetos. Em outro local, onde hoje funciona o laboratório da associação de produção do óleo, já existe uma sala que funciona como um pequeno museu. Mesmo com tamanho reduzido, o espaço atrai visitantes, como turmas de escolas, além de farmacêuticos e estudantes de medicina.
— Já recebi ônibus com 60 estudantes somente para conhecer a Abrace, então temos essa demanda. A ideia é que a cidade ganhe mais um museu, que João Pessoa carece. A inauguração será na segunda, mas depois ainda vamos melhorar o local, adquirindo mais acervo e montando uma biblioteca. Mas já temos muito material, jornais, toda história da cannabis vai estar lá — finalizou Gomes