O Ministério Público da Paraíba da Paraíba (MPPB) está investigando um possível caso de negligência médica, por parte de um médico, que atende no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande. De acordo com a denúncia, uma adolescente de 17 anos, grávida de gêmeos, com contrações e perdendo líquido, procurou a unidade para atendimento por duas vezes, mas o médico teria mandado ela voltar pra casa, alegando que os bebês iriam demorar para nascer.
No entanto, ao chegar em casa, as contrações aumentaram e o pai das crianças foi quem deu início à realização do parto. “Primeiro nasceu a menina, mas o menino estava na posição transversal e só saiu o bracinho. Eu estava só com ela em casa e entrei em desespero. Saí ligando para pedir ajuda e retornamos para o Isea, onde foi feita uma cesariana. Mas ele teve uma parada respiratória e precisou ser levado para a UTI, onde ainda está internado”, disse o pai das crianças, o auxiliar de movimentação Felipe Agra, 26 anos, que mora no bairro da Catingueira, em Campina Grande.
A denúncia, junto ao MPPB, foi realizada na quarta-feira (6). A primeira vez que a jovem procurou o Isea, sentido dores, foi no domingo (2), onde, segundo Felipe, o médico plantonista avisou que ela poderia voltar para casa, que os bebês não estavam perto de nascer. “Ela [a jovem] recebeu uma pulseira e voltou lá no outro dia, fez exames e foi novamente dito que ela podia voltar para casa. Quando foi na madrugada do dia 4, os bebês nasceram”, acrescentou Felipe.
“Nós estamos apurando o caso e pedimos que a maternidade instaurasse uma sindicância, não só do médico em questão, mas de eventuais outros profissionais”, disse a promotora de justiça da Saúde em Campina Grande, Adriana Amorim.
Além do MPPB, a família denunciou o caso à ouvidoria do Isea e do Sistema Único de Saúde (SUS), além de estar sendo acompanhada pela Comissão de Defesa dos Diretos da Saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Campina Grande.
A direção geral do Isea afirmou que abriu sindicância e vai apurar o caso. O G1 tentou contato com o médico denunciado, Adão Tiburtino Neto, mas não conseguiu. Segundo o Isea, o médico denunciado está de licença médica, porque passou por uma cirurgia. Se a denúncia se comprovar, o médico poderá responder por crimes na esfera criminal, ética e civil, conforme a promotoria de saúde.
G1 Paraíba
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