Dos 27 governadores do Brasil, 9 devem entregar aos seus sucessores, no dia 1º de janeiro de 2015, um Estado mais endividado do que encontraram. De acordo com o Tesouro da Fazenda as 27 unidades da federação deviam, no final de 2013, nada menos que R$ 500 milhões.
Para se calcular o nível de endividamento de cada Estado é feita uma comparação com a receita corrente líquida. A comparação foi feita com base em dados do balanço final de 2010 e de abril de 2014 e nesse período, Acre, Amapá, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins passaram a comprometer percentualmente mais a receita com a dívida. Com isso esses Estados passam a pagar prestações maiores, comprometendo ainda mais os apertados orçamentos das unidades e reduzindo, teoricamente, o poder de investimento futuro.
Norte e Nordeste mais endividados
De acordo com os dados levantados oito dos nove Estados que aumentaram o endividamento são do Norte ou Nordeste. O caso com maior aumento foi Roraima, que segundo balanço do final de 2010 comprometia 4% da receita e agora compromete 21%.
Segundo o economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Alexandre Manoel a explicação para o aumento de endividamento viria de uma oferta de créditos a juros subsidiados. Para ele, o fato de serem Estados mais pobres traz dificuldades de investimentos com recursos próprios, e os governos usam os empréstimos para realizar ações.
“Esses Estados são mais dependentes de repasses federais. Quando eles têm margem de pagamento, e existe uma boa oportunidade no mercado, eles captam esse recurso. Dentro da margem, não há uma situação preocupante. Se bem investido, o recurso tende a dar retorno”, afirma.
Já a Paraíba, pelo contrário, apresentou um número bastante animador com relação a este assunto. De acordo com a mesma pesquisa em 2014 o Estado diminuiu seu endividamento em 9% passando de 36% em 2010 para 27% em 2014.
Redação com informações de Uol