Por amor ao filho, mãe adotiva procura mãe biológica do filho adotado quatro décadas atrás. São poucas as pistas. Ana Lúcia, supostamente é de Pombal. Ela pode estar na cidade sertaneja ou em qualquer outro lugar do mundo onde a Internet é capaz de alcançar.
Vem Ana Lúcia! (Por Danielita Pinto de Morais)
Hoje, de uma forma especial, eu quero falar sobre uma mãe que conheço apenas como Ana Lúcia e que tem um papel muito importante em minha vida, desde que li o seu nome numa fita de esparadrapo colada ao braço do seu filho nascido no dia 2 de setembro de 1977.
Fafá, uma colega de trabalho foi buscá-lo na extinta maternidade Roberto Granville, no entorno da Lagoa do Centro de João Pessoa, onde nasceu e ficou para adoção. Lá havia um buchicho entre as enfermeiras e zeladoras: a mãe tinha 16 anos, viera da região de Pombal para dar à luz e voltara sem o filho para casa.
Não tenho mais informações e nem sei se essas são verdadeiras. Tive medo e perdi o tempo. Depois de 30 anos resolvi procurar os prontuários dos pacientes sob a guarda do hospital, mas já tinham sido destruídos.
Onde está você Ana Lúcia?
Se você pediu a Deus que escolhesse alguém para cuidar do seu filho, quero lhe dizer que Ele me escolheu. De forma mais que humana, seu menino foi acolhido com muito amor, aninhado no meu coração, no meu colo e por todos da sua nova família.
Cresceu em estatura e sabedoria. Passou por caminhos de sombras e de morte, mas ganhou novo sopro de vida e se ergueu ajudado pela destra do Senhor. Virou um homem bonito (sou suspeita!) e construiu sua própria família. Tem uma esposa virtuosa e três filhas, com 18, 9 e 5 anos. É bom filho, bom esposo, bom pai… bom amigo. É humilde, amado e honrado por todos os que desfrutam da sua convivência.
Esse texto é mais um caminho que eu sigo para lhe encontrar. Na verdade, você sempre esteve em nosso meio, pois a maternidade estabelece uma relação não divorciável entre mãe e filho, que permanece mesmo quando cessam o contato e a convivência. Os laços maternos sobrevivem no sinal do umbigo, nas memórias do ventre, nas cadeias de DNA… na saudade inexplicável que teima em colocar cada filho em posição fetal, buscando a imensidão do afeto e a unidade que isso significa.
O filho que abriu o seu ventre sempre soube a própria história, aprendeu a orar por você e a abençoar sua vida. Deu início à sua descendência, sua herança da parte do Senhor, troféu de vitória sobre a finitude da sua vida na terra. Cuidados pelas mãos de um Deus que ama como um Pai perfeito e que tem o controle sobre todas as coisas, estão aqui lhe esperando para um abraço mais que gigante e para uma eternidade cheia de vida.
Torço para que, se ainda der tempo, possamos viver os milagres desse encontro de alegria e cura. Que se alinhem o mapa e o tempo para que as nossas estradas se encontrem.
Vem Ana Lúcia!
“Os filhos são herança do Senhor…” Salmo 127:3.
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