Uma cachorrinha sem raça definida (vira-latas) de apenas sete meses foi brutalmente atacada pelo próprio dono e teve uma das orelhas decepada a golpe de facão. O fato ocorreu no Bairro da Ilha do Bispo, em João Pessoa, na última quarta-feira (27), mas só foi divulgado neste sábado, dia 30, o ataque ao animal mobilizou as Polícias Civil e Ambiental na capital paraibana.
Após cometer o crime, o suposto dono do animal, um idoso de 75 anos, foi denunciado por vizinhos e preso pela Polícia Civil, que também acionou a Polícia Ambiental. A cadela foi recolhida pelo Centro de Zoonoses de João Pessoa que comunicou o fato à ONG pessoense Ajude Anjos de Rua, que atua há quatro anos no resgate e na proteção animal na Região Metropolitana de João Pessoa.
“Como o Zoonoses não funciona como um abrigo, eles entraram em contato com a gente e providenciamos o resgate da cadelinha, um filhote ainda e já sofrendo dessa maneira, sendo maltratada e brutalmente mutilada”, lamenta a ativista da causa animal Fabíola Rezende, presidente e fundadora da Ajude Anjos de Rua.
A cachorrinha foi resgatada pela ONG e levada nessa sexta-feira (29) para uma clínica veterinária localizada no Bairro dos Bancários, em João Pessoa. “Ela já recebeu todos os cuidados, passou por exames, foi medicada e teve os ferimentos tratados”, adianta Fabíola Rezende, que batizou a cadelinha com o nome de Maggie. Além da orelha esquerda decepada, o animal sofreu cortes na região da orelha direita.
“Maggie deve ter alta na segunda-feira (2) e já estamos trabalhando para conseguir um lar temporário ou quem já a adote”, diz Fabíola, informando que quem quiser colaborar com o pagamento das despesas na clínica onde Maggie está internada, é só contactar a ONG pelo Instagram para fazer as doações, no endereço @ajudeanjosderua. “Fazemos os resgates, mas isso só é possível com as doações que recebemos. Os custos nas clínicas são altos”.
O autor das agressões à cachorrinha Maggie foi preso, mas solto no mesmo dia. Depois disso, não foi mais visto na região onde reside. As informações dos vizinhos são de que o idoso mora sozinho, não tem família e sofreria de esquizofrenia.
Resgates de animais
O Ajude Anjos de Rua, criado no dia 24 de novembro de 2015 e que hoje congrega milhares de seguidores nas redes sociais, se transformou oficialmente em uma organização não governamental no dia 31 de julho de 2016. Seu principal foco está nos animais que perambulam pelas ruas da capital, sem dono, sem abrigo, com fome, passando frio, calor e sede e, na maioria das vezes, sofrendo maus tratos e a falta de compaixão das pessoas.
Boa parte dos animais já resgatados pela ONG foi agredida, mutilada ou torturada, alvos da maldade humana; muitos foram vítimas de atropelamento; e outros tantos simplesmente padeciam de doenças provocadas pelo abandono, negligência e pela falta de responsabilidade de seus antigos donos.
Grande parte dos animais resgatados hoje goza de excelente saúde e convive feliz em um lar que os adotou, proporcionando-lhes alimento, carinho, abrigo, atendimento médico-veterinário, bem-estar e alegria. “Em troca, eles retribuem felicidade, prazer e amor animal aos seus novos donos. E tudo isso só é possível graças a uma rede de apoiadores, que se comunicam constantemente por meio das redes sociais, via Facebook, Instagram e Whatsapp”, informa Fabíola Rezende.
A rede de colaboradores, apoiadores, protetores, militantes e simpatizantes da Ajude Anjos de Rua é grande, mas, na prática, os resgates são efetuados por alguns poucos. “Somos comunicados das ocorrências via rede social. Geralmente são casos de animais abandonados, atropelados ou vítimas de maus tratos. Quando possível, vamos até ao local e fazemos o resgate, encaminhando o animal a uma das clínicas veterinárias parceiras. Acompanhamos o tratamento até o final; arranjamos alguém interessado na adoção do animal; e sempre monitoramos o animal na nova família”, explica Fabíola.
PB Agora