Operação Print’ flagra quadrilha que vendia carteiras de habilitação falsas em quartel do Exército
Com o apoio da Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Polícia Civil da Paraíba está tentando prender uma quadrilha acusada de vender carteiras de habilitação falsas até dentro de um quartel do Exército. A denúncia da ação da quadrilha foi encaminhada à Corregedoria do Detran, no mês de novembro passado, depois que um jovem procurou a 9ª Delegacia Distrital, em Mangabeira, e alegou ter sido abordado por um homem que teria pedido R$ 700 para lhe fornecer uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem que ele precisasse comparecer ao Detran.
Assim que a denúncia chegou à Corregedoria do Detran, o delegado Walbber Virgolino iniciou as investigações e constatou que a quadrilha escolheu como alvo os soldados do Exército, por serem jovens e ansiosos pela primeira habilitação. Um dos rapazes abordados usou o próprio celular para gravar a ação da quadrilha e as imagens ajudaram a polícia a identificar um dos acusados e caracterizar o crime de estelionato. Dentro da unidade do Exército, sete soldados foram lesados pela quadrilha, mas as investigações apontam que mais de 30 pessoas podem ter caído no golpe.
Segundo a corregedoria, o grupo não chegou a emitir as carteiras falsas, apenas prometia o documento e enganava as vítimas com promessas de facilitação. Detalhe: a quadrilha pedia fotos 3×4 aos interessados na carteira, procedimento não realizado pelo Detran, já que a fotografia digitalizada é feita no local de atendimento.
A ação que identificou e agora tenta prender os acusados de venda de carteiras de habilitação recebeu o nome de “Operação Print”, numa referência ao sistema gráfico que emite as verdadeiras carteiras de habilitação. Segundo as investigações, os acusados não têm qualquer vínculo com o Detran e nem há participação de servidores do órgão no golpe que vinha sendo aplicado.
A “Operação Print” é a primeira ação da Corregedoria do Detran em 2012. Em 2011, outras operações resultaram na prisão de mais de 30 pessoas, entre funcionários, donos de autoescolas, despachantes e candidatos envolvidos em esquemas irregulares.
Entre as operações realizadas no ano passado, destacam-se a “Medusa”, que indiciou 39 pessoas acusadas de aprovar candidatos analfabetos nos exames para aquisição da carteira de habilitação, e a “Velocidade Limitada”, que apreendeu carros de luxo que realizavam rachas nas rodovias estaduais e federais. Também teve a Operação Tio Sam, que investigou a venda de documentos falsos.
O superintendente do Detran, Rodrigo Carvalho, disse que a ação da Corregedoria tem sido importante no combate às irregulares. “Mas é fundamental que os usuários denunciem quando se sintirem lesados ao procurar serviços oferecidos pelo órgão.
A denúncia pode ser feita à Ouvidoria ou à própria Corregedoria do Detran”, alertou.
Ascom