O fracasso dos entendimentos visando indicação da cardiologista Ludhmila Hajjar para o cargo de ministra da Saúde deixa transparecer que o presidente Jair Bolsonaro não quer ali um profissional competente e apropriado para o que a situação grave recomenda.
O que Bolsonaro quer mesmo é manter um tipo semelhante ao ainda ministro da Saúde, o general Eduardo Pazzuelo. Ou seja: alguém que, além de não entender de nada para o que foi nomeado, ainda se submete aos caprichos do chefe, que também não saca bulhufas de saúde pública.
Ora, a médica Ludhmila Hajjar é uma referência do que há de melhor e mais qualificado na cardiologia brasileira; uma profissional nacionalmente festejada e que já tratou de cabeças coroadas da República; dona de um currículo de causar inveja aos melhores profissionais da Medicina.
Ainda mais: é uma autoridade no enfrentamento ao coronavírus no Brasil, tendo participado de uma equipe de estudos que constatou a ineficácia da hidroxicloroquina.
Em suma: a pessoa ideal para assumir o Ministério da Saúde, sobretudo em meio a uma situação de extrema gravidade, em que as pessoas estão diariamente morrendo aos milhares vítimas da Covid-19.
Na situação atual da saúde brasileira, o Ministério da Saúde não é tarefa para qualquer um; não será qualquer pau mandado que irá oferecer ao País resultados satisfatórios. Tem que ter muita competência; que entender muito do assunto e mirar-se nas recomendações emanadas da ciência e não de “achismos” e outros delírios.
Estupidez
A recusa da médica Ludhmila Hajjar também vem a comprovar que o Brasil vive hoje um dos piores momentos de sua história, em que a estupidez é a palavra de ordem da atualidade.
Uma parte do povo brasileiro ficou estarrecida com a revelação da cardiologista, de que teria sido ameaçada de morte (pasmem!) depois que foi divulgado que ela estaria sendo cogitada para assumir o Ministério da Saúde.
Ficou evidente que terraplanistas, negacionistas da ciência – que são o povo que apoia este governo e que, insatisfeito com a provável indicação – teria até ameaçado de morte uma das figuras mais representativas da Medicina brasileira.
A que ponto este País chegou.