A “folha” em branco na tela do computador retratava meu vazio antes de escrever o texto. Não sabia como explanar o assunto, pois um turbilhão agonizante de idéias surgia, depois partia, ao sabor da maré; uma maré de pensamentos em alvoroço. Pensamentos indecisos. Não encontrava, efetivamente, o “mote” para minhas considerações. Várias vertentes poderiam ser contempladas, incluindo nesse “caldeirão” confuso a inserção de um viés político, social ou outro vilão ficcional para recostar a culpa, a máxima culpa de um crime.
Mas o que poderia eu argumentar? A tragédia já havia ocorrido. Responsabilizar pessoas e governos seria da minha parte leviano e oportunista. Não leitor! O assassinato do jovem no bloco Virgens de Tambaú não pode ser analisado em discurso simplista. Colocar a culpa no policiamento, na diretoria do Folia de Rua ou até mesmo em Jair Bolsonaro, que expediu um decreto que facilita a posse de armas, é algo ilógico.
É fato e notícia. A violência reside em todos os cantinhos de uma sala chamada vida. A beligerância do homem o torna algoz. Ao mesmo tempo, em gesto pacifista, o transforma em santo encarnado. E foi assim, com essas convicções construídas enquanto o texto tomava corpo, que entendi o óbvio: aquele jovem de 18 anos foi alvejado pelo projétil da intolerância.
Tombou o quase menino no chão da folia. Nada mais ouviu, pois o som do trio elétrico foi abafado pelo estampido de um tiro. Tombou o jovem quase adulto, e com ele seus sonhos, sua vida fugaz. Veloz foi sua estada conosco. Foi sim, por isso faz-se necessário entender que se houve efetivamente um culpado, e houve sim, foi o assassino, não a festa em si; os verdadeiros foliões, a segurança do evento ou o vendedor ambulante.
A título de ilustração, cito João Bosco, quando diz: “Haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas”. Hoje há pranto pela morte do jovem. Há tristeza em decorrência da guerra. Mas também há esperança e amor. Sejamos quilhas da nau humanista. A nau de todos nós. Ou quase todos.
Eliabe Castor
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