Eu não consegui acreditar. Mas outro grande amigo se foi. Trata-se de Wills Leal. Meu vizinho por longos anos, nunca entendi uma residência que só tivesse gramado verde no jardim e um brasão de família no frontispício central da sua residência. Sempre achei, na minha meninice e adolescência, aquele “cara” esquisito.
Mas como disse Otto de Oliveira Lara Resende: “Escrever é de amargar”. E quando se fala de alguém que você conhece e falece, pior. “A morte é, de tudo na vida, a única coisa absolutamente insubornável”. Não queria que Wills fosse. E quem quer?
De uma só lapada perdi o eterno Bola, o belo Elvis e agora Wills. Para os que não os conheceram, digo que estão no “Mar da história. É agitado. As ameaças. E as guerras. Havemos de atravessá-las. Rompê-las ao meio. Cortando-as. Como uma quilha corta”.
Ainda bem que você continua conosco, João Bosco e o leitor/leitora. Poetas do pulsar. Mas vou inverter o discurso, por mais que isso seja quase impossível. Todos nós iremos. Como Cristovam, o Tadeu. Piancó… Interessante: ontem me lembrei do amável gigante em sabedoria, altura e doçura Jacinto Barbosa. Foi pra o além no dia do meu aniversário de vida. Danado!
E tome melancolia no texto. Heraldo Nóbrega se foi neste ano. E não vou escrever um cortejo. Não sou clérigo ou dono de funerária. Por fim, fica a lembrança do bom e velho Wills.
Eu, ele, Ednamay Cirilo e meu ex-sogro, já falecido, Machado Bitencortt. Todos encantados com seu belo Cinema Paradiso. Todos devidamente instalados para a vida no seu castelo de areia.
Beijo Wills! És agora a verdadeira estrela do novo cinema da “Roliúde Nordestina”. Valeu a força no prefácio do meu “livro” de graduação. Você e o velho Linduarte Noronha e seu cachimbo insuportável. E ainda mais falando da Cinética Filmes de Machado Bitencortt. Eita coisa boa e dolorosa ao mesmo tempo.
Mas a vida é assim, né rapaz? Como sempre me indagava. Eterno paradoxo! Vai rapaz fazer cinema em outras plagas. O pessoal está esperando teu espírito.
Eliabe Castor
PB Agora
