Quando projetou, construiu e inaugurou o Parque do Povo, em Campina Grande, há mais de três décadas, o poeta disse: “Que esse meu gesto marque nascer de um tempo novo. O povo pediu o parque Eu fiz o parque do povo” .
O verso, declamado pelo inesquecível Ronaldo Cunha Lima, na noite de abertura no longínquo ano de 1986, há 36 anos, traduziu o sentimento do poeta e o desejo de todo um povo. Foi um sonho realizado e a futuramente, a inclusão de Campina no calendário dos grandes eventos turísticos.
O tempo realmente foi novo. A festa, se transformou no Maior São João do Mundo. O parque, que nasceu a partir de uma palhoça no chamado coqueiros de Zé Rodrigues, onde hoje se encontra a Pirâmide, cresceu como cantou o poeta Amazan. Sua área foi estendida para os mais de 42 mil metros quadrados.
Durante anos o São João preservou as tradições, costumes e raízes nordestinas. E o parque era do povo. Só que com o passar do tempo e o surgimento de outros interesses econômicos, a festa perdeu as suas características e essência. E a área destinada para o “povo” encolheu.
Definitivamente a festa junina de Campina não é mais do povo, mas de uma elite que usufrui do que existe de melhor no PP. A parceria público privada, só beneficia uma minoria que lucra com a nossa maior festa.
Ao povo, restou um espaço cada vez mais apertado pelos luxuosos camarotes e sufocado pelos equipamentos dos patrocinadores que cada vez mais ocupam áreas enormes na parte superior. Com isso, inevitavelmente, a capacidade de público foi reduzida, e hoje no PP não comporta mais de 80 e até 100 mil pessoas como em shows memoráveis como o de Elba Ramalho em uma noite de São Pedro. Só depois ela ficou cantando na véspera de São João.
Com esse novo formato, iniciado com a tal PPP, parte do espaço em frente ao palco foi tomado por uma “área vip”, cercada por grades, em que o forrozeiro paga para ocupar aquele “lugar privilegiado”.
Até um espaço decente para as necessidades não existe mais. Isso mesmo! Como se não bastasse o medo com a insegurança, os campinenses que precisam ir aos banheiros tem que conviver com um espaço apertado e com condições degradantes. Este ano, até o acesso para os banheiros construídos na entrada do parque, na famosa escadaria, foi obstaculado por mais um lance de camarotes., que aliás, custam caro o acesso a esse lugar destinado só para turistas.
Com a interdição da bateria de banheiros da escadaria, restaram os equipamentos químicos. Só que os banheiros químicos instalados por trás da Pirâmide não comportam a multidão e mais parecem em depósito para animais. Imundo. Sujo. Um mar de lama. Aliás, este ano para ir ao banheiro, os forrozeiros de CG ganharam a opção fruto da criatividade de alguns barraqueiros, que é a aquisição por R$ 10, de uma pulseira que dá direito usar o banheiro a noite toda e evitar a agonia dos equipamentos públicos. E mesmo assim, não é um bom negócio, visto que para ter acesso, a pessoa precisa enfrentar uma longa fila e uma espera enorme.
Seria bom o poder público e a empresa responsável por gerir a festa, pensar mais no público que ocupa a área do PP, e não apenas nos espaços pagos. E oferecer o mínimo de dignidade para o povo. Afinal a festa interrompida por dois anos devido a pandemia, está apenas começando. E grandes públicos ainda devem se arriscar e espremer no parque,
Definitivamente, o Maior São João do Mundo foi privatizado e o Parque deixou de ser do Povo para satisfazer uma elite.
Severino Lopes
PB Agora
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