O jornalismo nunca mais foi o mesmo depois do advento da rede mundial de computadores, a Internet. Ao longo desses quase trinta anos, muita coisa mudou; muitos conceitos sobre comunicação mudaram.
O próprio jornalismo mudou. Mas em que termos e em que proporção se deu essa mudança? Qual a diferença do jornalismo do passado recente para o atual?
Nós jornalistas aqui da terrinha – pelo menos a esmagadora maioria quer está no batente – notoriamente andamos desatualizados ao ponto de não sabermos, ao certo, como devemos proceder em determinadas situações que para nós é coisa nova.
Mídias Sociais
Há certa lei do cão pautando nossos procedimentos profissionais; tem muita coisa se misturando e se confundindo com jornalismo. Mídias digitais, o Facebook, o Instagram e semelhantes são veículos jornalísticos?
Claro que não são veículos de caráter jornalístico. Apesar de, às vezes, pautarem a imprensa que, nesta nova fase, aderiu de vez à lei do menor esforço: fato bom é aquele que cai em nossas mãos; ir a buscá-los in loco é coisa que não nos pertence mais; ir em busca da verdade, aí é que não rola mesmo.
Não me lembro de a Associação Paraibana de Imprensa (API) haver promovido qualquer evento para discutirmos assuntos tão importantes, desde o início dos novos tempos da comunicação.
Antes de a API começar a definhar, vivemos tempos áureos, de grandes debates sobre temas inerentes à nossa profissão. Não era raro cruzarmos no auditório da nossa entidade, no mesmo dia, com gente do nível de Cláudio Abramo; de Boris Casoy; Flávio Tavares (um daqueles que participaram do sequestro do embaixador norteamericano e ex-editorialista do jornal O Estado de São Paulo); o paraibano de Santa Rita, Moacir Japiassú, jornalista da equipe fundadora de Veja. Sem falar em outros palestrantes fora da área da comunicação.
Precisamos retomar esta pauta de discussões sobre o jornalismo. Sobretudo, depois que em quase todo o Brasil – mas, especialmente na Paraíba – o jornalismo impresso praticamente desapareceu do mapa.
É urgente a necessidade de se oferecer à nossa categoria a oportunidade de se atualizar sobre estes temas.
“Era uma vez…”
A Associação Paraibana de Imprensa (API) começou a morrer quando o cargo de presidente passou a ser uma espécie de trampolim para conquistar cargos e benesses junto aos Poderes.
A partir dessa malandragem, a morte da API passou a ser quase que uma crônica anunciada. A entidade não chegou a morrer, mas anda perto de dar o último suspiro, a menos que o novo presidente, Marcos Wéric, ponha a sua equipe para trabalhar no sentido de reverter esse quadro.
Nem todos os que mais recentemente presidiram a API são culpados por este quadro lastimável, até porque já pegaram o trem da morte em andamento.
Passado
A Associação Paraibana de Imprensa sempre foi uma entidade de vanguarda; uma trincheira de luta.
E também foi sempre vitrine de projeção para acontecimentos que se propunham importantes para a sociedade. Sobretudo no campo do jornalismo, da política etc. Tudo só acontecia a partir da realização (ou simples lançamento) na sua sede histórica da velha API.
Candidaturas aos mais relevantes cargos só tinham projeção se lançadas na API, apenas para ficar num exemplo. Ali era a mais eficiente caixa de ressonância da sociedade paraibana.
Com o tempo, esse status se transferiu para a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Paraíba (OAB-PB), que começou a ser uma entidade muito mais operosa, especialmente a partir de quando foi presidida por Vital do Rêgo, que deu muita moral àquela casa.
Enquanto isso, A API foi se distanciando dos seus associados e, cada vez mais, se aproximando dos interesses de alguns dos seus dirigentes, boa parte deles ávida por explorar o prestígio que a entidade lhe dava, para amealhar vantagens junto ao poder.
A API está de diretoria nova e, portanto, temos aí mais uma chance para fazê-la ressuscitar.
Não será fácil. Até porque houve outras tentativas, mas fracassaram.
Wellington Farias