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Opinião: Presidente Bolsonaro é a peça chave da pandemia

Grandes dúvidas nos levam às melhores respostas. Contudo, até chegar a uma equação assertiva o desespero, pranto, fome e morte já realizaram o trabalho de Caos, deus da mitologia grega que representava a desordem inicial do mundo. E nessa abertura de texto, lancei mão de figuras de linguagem para falar sobre a pandemia causada pelo novo coronavírus.

E nesse contexto vem a pergunta que não quer calar: é preferível morrer de fome ou da Covid-19? A resposta é rápida: morrer não é uma opção! E a minha provocação vem exatamente no ponto de isolamento social que toda a sociedade brasileira vive. Ela está confinada há mais de 60 dias. Economia parada. Gente com dispensa vazia.

Mas será que o povo vem, realmente, fazendo sua parte? Presumo que não. Na última segunda-feira, em João Pessoa, o índice de isolamento foi de 43,2%. A recomendação da Organização Mundial de Saúde é que os números fiquem entre 60% e 70% para que a curva da pandemia comece a decrescer e, assim, iniciar a flexibilização restritiva das medidas que impedem, por exemplo, a reabertura do comércio.

Agora devo apontar algo que já é fato, buscando deixar de lado qualquer paixão política. Caso o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) tivesse a humildade de conversar com governadores e prefeitos, para que as três esferas da saúde – que são: a federal, estadual e municipal encontrassem soluções integradas no início da pandemia, muito provavelmente já estaríamos numa aproximação da curva descendente.

A teimosia e a cloroquina

Mas o ex-capitão preferiu demitir dois ministros da Saúde, ambos médicos, por não concordarem com a utilização indiscriminada da chamada cloroquina em pacientes com sintomas leves da Covid-19 e a flexibilização do isolamento social. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, com formação médica sólida, deixaram o cargo de forma penosa.

Um general na Saúde que não pode prescrever aspirina

Para piorar o quadro, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello não é médico. Ou seja: não pode prescrever uma aspirina. Então não é muito difícil entender o motivo do ministério está parado enquanto a crise provocada pela pandemia se agrava, afetando diretamente a economia do país e elevando diariamente o número de mortos em decorrência da Covid-19.

Aí o leitor já deve ter percebido os motivos da pandemia não estar dando sinais de retração. Outro agravante: a economia continua a ser fustigada, havendo repercussão direta na parcela mais pobre da população brasileira, bem como em toda a cadeia produtiva.

Então o nascedouro de todo esse caos não reside nos estados ou prefeituras e, sim, nos desatinos de um governo federal completamente perdido. O mandatário do país que prefere socorrer seus filhos, envolvidos ou citados e crimes das mais variadas ordens, em detrimento de toda a sociedade brasileira.

O povo e suas dúvidas

E o povo? Bem, por não haver um direcionamento correto do chefe da nação, que aparece sem máscaras em situação de aglomeração, minimiza o poder letal do novo coronavírus, prega a reabertura de toda a cadeia produtiva entre outros gestos de puro desatino, Bolsonaro acaba confundindo a sociedade.

E nessa onda de incertezas vem a dúvida. Mais afinal, quem está certo: o presidente? O governador? O prefeito? E aí o isolamento social não é respeitado, havendo, em muitos casos, medida mais enérgica a serem tomadas pelos governos estaduais. O chamado lockdown é um deles.

Na ditadura militar, apenas médicos assumiram o Ministério da Saúde

É bom que se aponte: não existe relato na ditadura militar brasileira que um membro das Forças Armadas tivesse assumido a pasta da Saúde. Eram todos médicos e cientistas renomados. Bolsonaro inaugurou uma nova “era”, embora o alto comando do Exército (que está na ativa) mostra-se contrário a um dos seus membros – mesmo na reserva – assumir de forma definitiva esse posto.

Um sopro de esperança na reunião entre Bolsonaro e governadores

O presidente Jair Bolsonaro convidou todos os governadores para participar de uma reunião na próxima quinta-feira por videoconferência em que vai ser discutida ajuda aos Estados e uma pauta econômica. A reunião, organizada pela Secretaria de Governo, será por videoconferência, às 11h.

A iniciativa do presidente ocorre após fazer duras críticas nas últimas semanas a alguns chefes de Executivo estadual e municipal que ele considera terem tomado medidas rigorosas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus no país.

Eliabe Castor
PB Agora

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