O prefeito Cícero Lucena deveria se dar conta de que João Pessoa, uma cidade que caminha para um milhão de habitantes, precisa resolver com a máxima urgência o problema do escoamento d’água.
Não pode mais continuar assim. Basta neblinar que a Capital da Paraíba vira um inferno, parece até que houve um dilúvio.
O problema vem de longe. Deve-se, sobretudo, ao equívoco dos seus prefeitos, para quem obra subterrânea não chama a atenção da população e, portanto, não gera votos. Tá bom! Não dá votos e, portanto, ninguém resolve?!
Houve uma exceção a esta regra, que foi Hermano de Almeida, um dos melhores prefeitos que a Capital da Paraíba já teve. Um homem de grande visão, que abriu os grandes corredores numa João Pessoa ainda com traços muito marcantes de província.
Doutor Hermano, como é conhecido na cidade, também trabalhou bastante com obras subterrâneas; fez uma gestão “tatu”, podemos dizer assim, furando a cidade por baixo para possibilitar o escoamento da água.
Mesmo sendo reconhecido como um dos melhores gestores que esta cidade teve, ao sair do mandato de prefeito Hermano Almeida não conseguiu se eleger deputado federal.
Usando uma linguagem da galera jovem, João Pessoa fez uma puta sacanagem com Hermano Almeida. Era um homem correto, não tinha corrupção na sua gestão, tinha visão de bom gestor e sabia os caminhos que João Pessoa precisava trilhar para ser grande.
Talvez venha daí o receio dos gestores de não apostar em obra subterrânea. Mas seria uma boa, talvez a maior realização de Cícero Lucena, se livrasse o pessoense dos transtornos a que são submetidos a cada chuva que caia.
A cidade não suporta mais tantos transtornos. As ruas centrais e das periferias ficam intransitáveis; as barreiras desmoronam e os acidentes se avolumam, porque a água não escoa, as galerias estão entupidas.
Se estes problemas não forem atacados desde já, o que será João Pessoa daqui há 15 ou 20 anos?
É hora de pensar com muita seriedade neste grave problema.