Os empresários do ramo de transportes sempre deitaram e rolaram nas administrações de Cícero Lucena. Na de quase todos os prefeitos da Capital, mas especialmente na do simpático Caboclinho de Jatobá.
Num dos seus mandatos à frente da Prefeitura de João Pessoa, Cícero antecipou a concessão pública de transportes (Pasmem!) em vinte anos; assim, de mão beijada.
Sem falar em outras vantagens que o empresariado amealhou, como autorizações constantes de reajuste de preços das tarifas em índices forjados pelas planilhas empresariais.
E o usuário? Dane-se, ora…
Mas a coisa não vingou, não lembro ao certo por que. A repercussão ganhou contornos de algo escandaloso. Era um benefício inexplicável; uma cusparada na cara dos usuários.
De novo?
Cícero Lucena volta a Prefeitura e em praticamente meio ano de gestão, os empresários dos transportes voltam a mandar e desmandar.
Pelo menos é o que deixa transparecer.
De acordo com o noticiário local, os empresários, ao seu bel prazer, simplesmente decidiram suspender um dos maiores benefícios (e raros) conquistados pelos usuários, em toda a história de João Pessoa: a integração.
Isto significa que, no mínimo, o empresariado vai dobrar os lucros, na medida em que os usuários terão dobrado as suas despesas com passagens de ônibus.
E o noticiário escancarou – sem qualquer pitada de crítica: Sindicato dos Empresários resolve suspender a integração.
Como assim, cara-pálida? Sem a autorização do Poder Público?
E se a Prefeitura de João Pessoa autorizou, foi com base em que?
O noticiário diz que os empresários suspenderam porque estão no sufoco financeiro decorrente da pandemia. Ah, ta… e o coitado do trabalhador, está como, financeiramente?
As camadas mais carentes dos usuários não foram levadas em consideração? Ora, grande parte está desempregada e sem perspectiva de nada; outra parte foi morar debaixo da ponte.
Não é a toa que à boca miúda sempre circulou em toda esquina de João Pessoa que empresário de transportes são os maiores doadores de campanhas eleitorais.
Será?
Pelo visto…
Colapso
Conselho Regional de Medicina constata colapso na ocupação de leitos covid-19 no Sertão paraibano.
A região tem 75 leitos de UTI e todos estão ocupados. Nas enfermarias, há 75 leitos instalados e onze vagas.
Não tem jeito: quando a coisa parece que vai melhorar, vem a tal da flexibilização, da aula presencial, do relaxamento geral das medidas sanitárias.
Resultado: aglomerações e retomada das contaminações.