As metas estabelecidas para o projeto Integra Educação PB, anunciado nesta segunda-feira (12) pelo governador João Azevêdo, são bastante ousadas.
E dignas de muito alarde e aplausos. Nada contra. Pelo contrário, tudo a favor.
Já dizia o grande Leonel de Moura Brizola, de cima de sua visão privilegiada sobre o que deveria ser a educação no Brasil: “Cara mesmo é a maldita ignorância”.
Brizola tinha razão.
Nas palavras de Brizola estava embutida a ideia de que por mais que se invista em educação, ainda é pouco. Quanto mais, melhor.
Como assim?
O difícil de entender em todos estes projetos de impulso na Educação no Brasil é que, quase sempre, para os professores – que são a mola mestra no processo de aprendizagem do ser humano – só sobram mais responsabilidades e tarefas. Melhoria de salário, por mais irrisória que seja, nem um pouco.
Pelo que foi alardeado no lançamento do Integra Educação PB, o equívoco permanece. A menos que tenham se esquecido de fazer referências às melhorias salariais dos professores envolvidos no projeto, o que é muito pouco provável.
Meta ousada, mas…
Afora este aspecto negativo da coisa, a proposta do governador João Azevêdo, com o projeto educacional lançado é excelente. Os seus objetivos são irretocáveis e merecem todo o apoio da sociedade paraibana.
De acordo com o que noticiou o PBAgora, o programa objetiva alfabetizar 100% das crianças paraibanas na idade certa, corrigir o déficit de aprendizagem e a distorção idade-ano dos estudantes das redes estadual e municipais de ensino. Segundo o projeto, a Paraíba terá uma escola em tempo integral em cada município ainda em 2021.
Ainda segundo o noticiário, serão beneficiados aproximadamente 12 mil professores e 200 mil estudantes paraibanos com o objetivo de melhorar os indicadores da educação básica.
O benefício aos estudantes está mais do que claro, com a escola em tempo integral e outros projetos destinados a capacitá-los. Mas, quais são mesmo os benefícios para os professores? Quais as vantagens salariais? Na prática, quais são as melhorias nas condições de trabalho?
E mais: o governo pensou este projeto de forma unilateral, ou o elaborou em cima de uma exaustiva discussão com os vários segmentos envolvidos no processo educacional?
No release distribuído pela Secom-PB, está dito que o Governo do Estado juntou-se com a Federação dos Municípios (Famup), numa parceria para tocar este arrojado projeto.
Neste projeto, quais são as responsabilidades do Governo do Estado e dos municípios paraibanos representados pela Famup?
Convenhamos, é ilusão pensar em melhorar a Educação – e até o País, como um tudo – sem que se privilegie o professor.
O Brasil nunca será uma nação moderna, poderosa e avançada enquanto tratar os seus professores como uma peça irrelevante da engrenagem.
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