A tarde já findava quando sentei para escrever. À minha frente, uma “folha” digital em branco. Respiração ofegante, ansiedade acentuada e um turbilhão de dados sobre o avanço do novo coronavírus no Brasil e no mundo. Tudo isso e um pouco mais vem deixando o meu ser inquieto. Efetivamente é difícil manter-se emocionalmente estável por estar em quarentena. Longe do sol, da boa brisa, dos gestos carinhosos vindos do próximo.
Nada, nada de beijos. Aperto de mão e até mesmo o estresse salutar do cotidiano. Tudo foi “congelado” e a terra parou. Hoje estática, apenas os movimentos de rotação e translação vigoram em nosso estimado planeta. Algo está acontecendo. Algo histórico, cujos atores somos nós, seja na alegria ou na tristeza. Na riqueza ou na pobreza. Todos nós “casamos” com a realidade atual do medo, insegurança e muitas, muitas incertezas.
E nesse contexto, hoje saiu um pouco da política, da geopolítica e assuntos correlatos para falar, expressar, escrever que, mesmo estando muitas vezes amargurado, sou grato pela vida. Pelos exemplos de solidariedade que testemunho a cada segundo. O cuidado do ser com o ser humano. O cuidar do próximo; e isso é belo. É o que me dá a força necessária para viver uma rotina entre quatro paredes que passaram a ser fiéis escudeiras do meu bem-estar, da minha família e do próximo.
Hoje percebo que, mesmo na clausura, nas minhas memórias do “cárcere”, voltar a ler Graciliano Ramos me dá a sobrevida necessária para retornar à normalidade tão logo essa epidemia finde. O isolamento social se faz necessário. É verdade! Daí a necessidade de criar mecanismos efetivos para driblar seus efeitos colaterais.
Transformar a casa em academia, em biblioteca, no altar mágico e divino para se conectar com Deus, fazer do lar hoje “trancafiado” não em prisão e, sim, numa extensão do corpo e mente. Ações mínimas para suportar a saudade dos amados que não posso visitar.
E nesse mar de emoções, uma montanha russa de sentimentos, saber utilizar as redes sociais para discutir assuntos amenos é outro canal para minimizar as tensões. Sim! Sou forte e você também. Digo que estou ao teu lado e você, bem aqui está.
Esse é o segredo. Emanar boas vibrações; energia positiva, a fim de transformar Newton e seu princípio da ação e reação em algo bom e palatável.
Por fim, digo que aquela ansiedade que relatei no início do texto foi amenizada. A respiração voltou a “pulsar” de forma contínua e ajustada. O turbilhão de dados que me afligia foi transformado em ideias; oportunidades para o bom saber. Agora sorrio. E você?
E aqui fica meu convite coletivo para sorrirmos juntos, pois tudo isso vai passar, não resta dúvida alguma!
Sigamos embarcados nessa bela nau chamada VIDA!!!!!
Eliabe Castor
PB Agora