Astrônomos da Agência Espacial Norte Americana (Nasa) estão convictos. A Via Láctea, local que abriga um diminuto planeta chamado Terra, deve colidir frontalmente com a galáxia vizinha Andrômeda. Mas não há motivos para sair correndo e se preparar para o pior: a previsão é de que isso ocorra daqui a 4 bilhões de anos.
E, em sentido figurado, quando duas galáxias colidem é como se dois enxames de abelha estivessem se chocando. Trata-se de um verdadeiro caos, pois efeitos gravitacionais e de fricção aquecem e distorcem a forma de ambos os “mundos” à medida que elas se atravessam.
Forçando uma analogia envolvendo o fenômeno cósmico com a política paraibana, vejo duas “galáxias” colidirem de forma quase “violenta”. Colisão essa que nada agrega em termos de melhorias para a vida do povo que reside na Paraíba.
E nessa confusão titânica, o assunto a ser “tocado’ nesta coluna reside no Dó maior e Lá menor envolvendo as falas do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e do seu sucessor, João Azevêdo, filiado ao partido socialista. Os dois protagonizaram uma discussão inócua sobre quem é o responsável pelas obras e ações públicas que hoje beneficiam a sociedade paraibana.
Coutinho usou uma rede social para mostrar que foi sua gestão a responsável pelo que hoje João Azevêdo vem concluindo. E bem mais ponderado, o atual gestor foi enfático e assertivo ao informar que a “obra não tem dono”.
O chefe do Executivo paraibano acertou o contragolpe, mas saiu ferido. Ferido, pois um comentário de tamanha magnitude deforma, de alguma maneira, a sincronia do governo, como o choque das galáxias, que invariavelmente distorce o cosmos, em menor ou maior grau.
E aqui lanço perguntas: essas escaramuças “veladas” advindas de ricardistas e que Azevêdo vem tratando de maneira diplomática, pondo política de um lado, administração do outro, continuará por toda a sua gestão? Até que ponto é válido o governador ficar na defensiva?
E Ricardo Coutinho? Continuará ele gravitando em seu projeto político e administrativo findado e janeiro; projeto esse em continuação, mas com a marca própria de João Azevêdo?
É preciso entender que a essência das ações públicas atuais na Paraíba teve seu nascedouro na base socialista posta em prática no ano de 2011, não havendo motivo real para uma descontinuidade. E nessa certeza, faz-se a necessidade de apontar o contrassenso absoluto, qual seja, realizar um teste de “paternidade” a fim de saber quem é o genitor do projeto político hoje presente em nosso “Sublime Torrão”.
Em tempo: vaidade é terreno minado que os líderes políticos devem evitar, pois uma vez a mina sendo deflagrada, o que está em seu entorno é destruído em questões de minutos. Inclusive ações sociais exitosas construídas com muito diálogo e dedicação.
E continuando o paralelo das galáxias com as posturas recentes de Ricardo Coutinho e João Azevêdo, digo que lutar, cobrar e trazer para seu próprio umbigo a certeza que um projeto macro foi confeccionado por um só ser é algo risível, ou divino às avessas.
Para finalizar, que venha nos acudir Castro Alves e seu poema democrático e pouco afeito a solavancos de vaidade narcisista. “A praça! A praça é do povo. Como o céu é do condor, é o antro onde a liberdade, cria águias em seu calor!”
Abraço especial
Aqui aproveito este espaço para enviar meu abraço aos irmãos Joaquim, Ademar, Almir, Ari e Amauri. Bem informados, adoram política e, juntos, chegaram a uma conclusão do caso Marielle. No final, a culpa vai ser do porteiro.
Eliabe Castor
PB Agora