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Opinião: não vale se “matar” por direita ou esquerda; certo é defender a liberdade

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Acordei hoje, abri a janela do quarto, e uma lufada de vento frio soprou o meu rosto. Ainda era muito cedo. O astro rei subia no horizonte de maneira leve e devagar. Fui à geladeira, tomei água. Esquentei o café, e bons goles dei. Estou um pouco gripado, mas a Covid-19 dentro do meu corpo, por enquanto, está descartada. Farei novos exames no final desta semana. Mas não posso negar: há três dias padeço com dores no corpo e um pouco de febre intermitente.

Dito o relato das minhas primeiras horas do dia, fui ao computador pedir socorro à sociologia e filosofia para entender um pouco mais sobre o tamanho ódio envolvendo pessoas que defendem a direita e as que estão do lado antagônico, leia-se: esquerda. Foi uma aventura salutar, complexa, mas de grande sabor para o apetite do saber.

Mas preciso avisar: não vou aqui tratar sobre o desenvolvimento das ideias de autores considerados de direita, como Donoso Cortez e Charles Maurras, bem como o daqueles considerados de esquerda, como Karl Marx e Bakunin, entre outros. Buscarei ser sintético e quem sabe ajudar alguns, como eu, a chegar numa resolução e fugir desses amargos rótulos que já fizeram males diversos à humanidade e continuam a fazer. Basta olhar o Brasil republicano e sua alternância de poderes.

Agora vou dar minha sentença, o que não significa a verdade absoluta, até pelo motivo dela [a verdade] ser uma mera Quimera, monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Um mito que esfacela a sociedade na busca do poder pelo poder, não importando que os fins justifiquem os meios.

O Jogo da esquerda e direita

Não perca seu tempo classificando as pessoas, os partidos e as bandeiras entre esquerda e direita. A classificação existe apenas no discurso, não na realidade, pois ela é uma ferramenta retórica para criar conflitos, marcar posições e demonizar adversários.

Mais do que isso, falar e apoiar a esquerda radical ou extrema direita é participar de um jogo. Um jogo retórico que serve aos interesses de apenas um dos jogadores. Aquele que estiver com as melhores cartas na mão ganha e assume o poder e levantará suas bandeiras de luta. Na prática, seus interesses econômicos para transformar em capital a perpetuação no trono.

O conselho que dou: apenas defenda a liberdade, exerça sua cidadania e observe as reais intenções de cada agente político. E nesse caleidoscópio sem lógica e multicolorido, note os casos clássicos do conflito, como a situação dos trabalhadores. A esquerda busca para si a defesa da causa dos operários e a direita fica com a defesa dos empresários.

Raciocínio certo? Nem tanto, pois há vários empresários de esquerda e há também sindicalistas de direita. É um jogo, percebe leitor? Como uma ficção científica bem parecida com a “Matrix“, no qual alguns têm acesso ao controle do sistema e buscam moldar cada ser humano que pensa e existe.

Como surgiu a direita e a esquerda?

Essa é uma boa pergunta, e vou responder “en passant” para que o texto não fique longo e enfadonho. Desde o turbulento evento denominado Revolução Francesa (1789-1815), o qual, de acordo com alguns historiadores, inaugurou a Idade Contemporânea, os conceitos de direita e esquerda fazem-se presentes nos debates políticos e ideológicos, sobretudo no mundo ocidental.

Durante o processo revolucionário começado em 1789, na França, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Essa é a origem da nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.

E aí está uma rápida história sobre os pólos antagônicos da esquerda e direita. Quanto a minha pessoa, continuarei o meu dever de criticar algo que vejo estar incorreto e dar mérito ao que observo estar correto, não havendo uma predileção completa pela esquerda ou direita, principalmente ideias extremistas das duas partes.

Por fim, essa febre até que me ajudou a expandir a mente e sair da “bolha” inócua de discussão que hoje joga o país no precipício do ódio, medo, estagnação econômica. E tudo acontecendo em plena pandemia causada pelo novo coronavírus.

Eliabe Castor

PB Agora

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