Nos bastidores da política as articulações estão a mil, como também estão as especulações sobre a decisão que o PSB irá tomar em relação à disputa sucessória em João Pessoa.
Todas as atenções há dias estão voltadas para o rumo que o ex-governador Ricardo Coutinho dará ao PSB. Sim, porque é ele quem pensa, decide e manda. Sem Ricardo o PSB não existe.
Nas últimas horas, a especulação recorrente é que o PSB cogita de indicar a deputada estadual Estelizabel Bezerra para disputar a sucessão do prefeito Luciano Cartaxo. Aquela que foi nocauteada em 2012, ficando em terceiro lugar, mesmo com Ricardo Coutinho no comando do governo do Estado.
Uma coisa é…
Convenhamos: Ricardo Coutinho candidato à Prefeitura de João Pessoa é uma coisa; tem liderança, densidade eleitoral e é reconhecido até pelos adversários, além dos pessoenses, como um dos melhores prefeitos da historia da cidade. Sem falar que é extremamente habilidoso no convencimento do eleitor e nas articulações para formar alianças.
Mas não sendo Ricardo o candidato, a coisa muda totalmente de figura. Lembre-se que RC, mesmo no governo, não conseguiu eleger nem Estela, nem Cida Ramos.
Estela é cartucho já detonado e de calibre baixo. Não empolga o eleitor, é presunçosa e antipatizada pelo eleitorado. Amealhou votos para deputada surfando nas vantagens de uma apadrinhada do Governo de plantão.
A melhor opção para os segmentos da esquerda e progressistas, seria a candidatura de Ricardo Coutinho com o apoio do PT. Ai, sim, o canção ia piar com notas agudas.
Mas, não sendo Ricardo candidato à Prefeitura de João Pessoa, e não tendo um nome viável, de densidade eleitoral, as esperanças de evitar que a direita assuma a vaga de Luciano Cartaxo seria Ricardo e o PSB apoiarem uma candidatura petista, seja ela em torno de Anisio Maia, ou não.
A Pior
A mais desastrosa das alternativas para os segmentos da esquerda, seria aliar-se ao projeto familiar de Luciano Cartaxo, que se sustenta no “cunhadismo”, e que tem como representante neste processo, a ilustre desconhecida Edilma.
Além de desconhecida, a doutora Edilma não tem experiência nenhuma de gestão, não tem afinidade ideológica com o segmento de esquerda, não empolga o eleitorado. Eleitoralmente tem tudo para ser um desastre nas urnas. Pode não ser, mas tudo indica que sim.
Pelas beiradas
Enquanto em seus próprios territórios se dividem as esquerdas, direita, e a extrema direita representada pelo bolsonarismo, Cícero Lucena, que representa a política mais tradicional, continua amealhando apoios e, cada vez mais, assumindo o protagonismo.
O cenário político, assim como as nuvens, pode mudar a qualquer momento, dependendo dos passos seguintes dos partidos e lideranças que de fato exercem influência na política da Paraíba.
Militarismo e memória
Até Ana Claudia Vital do Rego (Podemos), candidata à Prefeitura de Campina Grande, aderiu ao militarismo na política. Escolheu (ou acolheu?) um militar para parceiro de chapa, como candidato a vice-prefeito: o sargento PM Wellington Silva.
Quem deve estar se contorcendo no túmulo com esse verniz bolsonarista na chapa de Ana Claudia devem ser o ex-governador Pedro Gondim, e o ex-deputado Vital do Rego, respectivamente avô e pai de Veneziano e Vitalzinho.
Pedro e Vital sentiram no lombo a sanha militarista nos tempos de ditadura.
Num País sem memória, tudo é possível e normaíssimo.
Lamentável…
PS: A coluna ainda aposta que Ricardo Coutinho está maquinando uma jogada capaz de abalar o cenário político de João Pessoa.
Será?
Wellington Farias
PB Agora