O primeiro debate para a eleição da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, foi marcado por um episódio que lembra a velha política e a politicagem que predomina, infelizmente, nas campanhas eleitorais no Brasil.
Em determinado momento do debate, que ocorreu na TV Master, a candidata Maria Cristina Santiago, a Kiu, citou um suposto envolvimento do nome do candidato Harrison Targino na Operação Calvário.
Após ser acusada de proferir Fake News, ela divulgou uma nota anexando a denúncia na qual o nome do seu adversário seria mencionado. Na realidade, quem é mencionado na peça é o advogado Jovino Machado da Nóbrega Neto, um associado do escritório CUNHA LIMA E TARGINO.
Vejam só: quem foi citado na denúncia não foi Harrison Targino, mas sim um sócio do escritório em que o candidato é um dos proprietários. É de se imaginar que um escritório de advocacia capitaneado por um advogado renomado como Targino e pelo ex-senador Cássio Cunha Lima tenha dezenas de advogados associados.
Além disso, ser citado em uma denúncia não significa que a pessoa tenha cometido alguma ilegalidade. Onde está a presunção de inocência tão defendida pelos advogados?
É preciso separar as coisas e, mais, distinguir o que é uma pessoa física e uma pessoa jurídica. Não é certo sugerir que uma pessoa tenha culpa ou participação nas ações de foro pessoal de seus associados.
Fake News não é só quando alguém mente ou inventa um fato: ser desonesto e manipulador com uma informação também é Fake News, de acordo com as definições mais atualizadas do termo.
Mas o caso foi de uma Fake News clássica mesmo, pois Harrison Targino apresentou, ainda no debate, certidões do Gaeco que provaram que nem ele, nem seu escritório foram alvos de denúncia ou investigação do Ministério Público.
É triste que o pior da política tradicional, como a conhecemos, tenha contaminado o debate das eleições de uma entidade tão importante para a sociedade como a OAB-PB.