Não adianta querer se esquivar: se você é negacionista da ciência, combate a vacinação, aglomera ou estimula aglomeração, no mínimo está sendo cúmplice de um processo bárbaro de extermínio de parte da população brasileira, que estamos vivenciado hoje com profunda consternação.
Sim, você tem lá sua parcela de culpa, direta ou indiretamente. Você é, sem tirar nem por, uma criatura de alma menor, desumana, perversa, fria; uma alma diminuta.
E se você o faz para tirar algum proveito desta lamentável situação a que estamos todos submetidos, pior ainda: estamos falando de um ser de espécie abjeta, que não está nem aí para as milhares de mortes diárias; para tantos pacientes que agonizam nas filas das UTIs implorando por oxigênio para respirar.
Para você, ser desprezível, os fins (seus objetivos menores) justificam os meios (o sofrimento de milhares de pessoas).
Não se iluda: a história vai lhe cobrar caro. As pessoas estão acordando diante de um quadro devastador em que a cada dia as mortes causadas pela Covid-19 triplicam. Todos estão vendo que, dentre alguns fatores que contribuem para a mortandade de irmãos brasileiros, você é cúmplice dos causadores do sofrimento de milhares de famílias que padecem do luto pela morte de seus entes queridos.
Quem sabe, até, se mais tarde, quando não tiver logrado êxito em suas ambições, a sua consciência não comece a doer, a lhe torturar pela culpa de ter sido cúmplice do assassinato de milhares e milhares de pessoas.
O povo
Sem dúvida, uma grande parcela do povo é culpadíssima pelo que estamos vivendo. Gente ignorante, sem educação, sem consciência e, sobretudo, sem o menor senso de solidariedade humana.
Parece sorvete
A equipe de governo de Jair Bolsonaro tá mais parecendo um sorvete transportado fora do recipiente num deserto escaldante. Num dia só, caíram fora dois ministros, o terceiro em menos de uma semana: pediram demissão os ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e logo em seguida Fernando Azevedo, da Defesa. Este, nem
justificou: pegou o boné e se mandou.
Sem falar que, em plena pandemia, tivemos quatro ministros da Saúde e, se brincar, teremos o quinto já já…
A coisa tá pra vaca desconhecer bezerro.
