A cela, todos sabem, é um lugar claustrofóbico. Tal realidade é fácil de ser constatada. E para aquele ou aquela que se encontra em locais como esse, tolhido de um princípio basilar da Constituição Federal, que aponta o direito do cidadão de ir e vir, trata-se de um caso de exceção. É quando o indivíduo, de alguma forma, transgride as leis vigentes no Brasil.
Para regular e aplicar as penalidades há o Poder Judiciário. E bem antes há órgãos como o Ministério Público e instituições, e aqui cito uma delas: a Polícia Federal. E nesse discorrer entendo a função essencial de todos que acabei de citar para o cumprimento da lei, assegurando a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais.
E nesses pensamentos jurídicos surgidos pela turbulência política, sanitária e econômica que passa o país, entendo que a lei deve ser cumprida com firmeza, caso contrário a anarquia dilaceraria o Estado. Foi nesse momento que me lembrei do radialista e empresário Fabiano Gomes, e confesso, os pensamentos sobre ele me inquietaram, em especial a prisão ocorrida em 10 de março, havendo como alegação ser ele suposto integrante de um esquema que desviou R$ 134,2 milhões da pasta da Saúde, que desencadeou a Operação Calvário.
Pois bem, Gomes foi preso . E ficou numa cela por dez dias, o que seria justo se houvesse delito. Mas, no entendimento do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba não houve crime. O magistrado decidiu não receber denúncia do Ministério Público do Estado contra o comunicador.
Motivo? Falta de provas. Algo simples de entender. E assim como Fabiano Gomes outros tantos, por uma falha no inquérito ou outro motivo, hoje se encontram na claustrofóbica cela. E pior: sem exceções, ficarão pelo resto de suas vidas em barras imaginárias de ferro. Perderam, ou perderão por certo tempo o direito de ir e vir. Falo aqui dos que estão de forma indevida presos.
Como efeito colateral, sofre a família e, principalmente, esposa e filhos. E aqui encerro essa minha reflexão. Pouco ou nenhum contato tenho com Fabiano Gomes. Trabalhei em um dos seus empreendimentos e sempre foi cordial para com minha pessoa, daí a gentileza gera a gentileza.
Cabe agora o “Gordinho”, como é chamado, colocar o ânimo em dia e seguir sua vida da forma mais natural possível. Em certos casos é bom mesmo é quebrar o retrovisor.
Por fim, uma pergunta simples, embora relevante. Qual o grande órgão de comunicação da Paraíba deu o mesmo tempo ao comunicador quando ele foi preso e em seguida excluído da Operação Calvário?
Eliabe Castor
PB Agora