Já dizia o velho e experiente Leonel Itagiba de Moura Brizola: “A traição é própria da política, mas o povo abomina o traidor”.
Calejado como é, Cícero Lucena (PP) sabe mais do que ninguém que a frase lapidar do gaucho cunhado do ex-presidente Goulart, além de verdadeira e que trair na política tem um preço caro aos traidores…
Ele, que foi traído várias vezes! Apunhalado pelas costas de tal forma que foi forçado a submergir num exílio voluntário da vida pública, até que seus traidores sofressem a abominação do povo, enquanto ele dava a volta por cima, de forma triunfal.
A notícia foi dada pelo jornalista Luís Torres, em seu programa da Rádio Arapuan, no início da tarde desta quinta-feira (3), em meio a um forjado clima de expectativa, com toque de trombetas triunfais e vinheta de suspense.
O pretenso furo estadual tratou de uma possível e grandiosa articulação que estaria em curso entre a Paraíba e Brasília, visando a que Cícero Lucena trocasse o PP pelo (pasmem!) PSB de Ricardo Coutinho, traindo a confiança dos Ribeiro que lhe ofereceram legenda para disputar a Prefeitura de João Pessoa numa campanha plenamente vitoriosa.
Luiz Torres é um jornalista destacado, tem credibilidade, merece a atenção e a audiência dos seus ouvintes (dentre os quais estou incluído). Mas a sua fonte é (ou apenas foi desta vez) de uma irresponsabilidade sem limite. Colocou o jovem comunicador numa esparrela histórica na política pessoense.
Vem a calhar o velho jargão: “Jabuti não sobe em árvore”, ou seja: alguém o coloca ali com alguma intenção…
Pois bem. Sapecaram o jabutizaço na frondosa pauta de Luiz Inácio Torres.
Pelo caráter absurdo da coisa, nós ouvintes logo percebermos que nem o próprio Torres acreditava naquela esparrela.
Tanto é assim que, antes de revelar a “nova”, ele fez aquele preâmbulo sobre a sua credibilidade jornalística, a garantia de suas informações sempre foram confirmadas, pererê parará.
Quem plantou o jabuti ninguém sabe. Ou pouquíssimos sabem. Mas dá pra suspeitar que foi alguém interessadíssimo a que o Caboclinho de Jabobá não chegue a 2022 encangado com o grupo Ribeiro.
Porque se as crias de Agnaldo Veloso Borges resolverem ter candidatura própria a governador do Estado…
… Não poderá servir a dois senhores…
Dizem que em política, especialmente na Paraíba, até boi voa.
Pelo menos desta vez, não voará. Os mamíferos artiodáctilos do gênero Bos, da família dos bovídeos não alçarão voos nem de galinha.
Definitivamente, o boi não vai voar.
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