Agora sim, a campanha para prefeito de João Pessoa ganhou a dimensão e a importância compatíveis com a grandeza da cidade. Com a entrada de Ricardo Coutinho (PSB) no páreo, a disputa pela sucessão do prefeito Luciano Cartaxo virou briga de cachorro grande.
A partir do final da tarde desta quarta-feira (16), Cícero Lucena (PP) passa a ter um concorrente à altura. Enquanto isso, os cacarecos começam a sentir as suas chances (que já eram poucas) de ocupar algum espaço de destaque no cenário da disputa escorrerem pelo ralo.
Ricardo Coutinho e Cícero Lucena devem polarizar esta disputa, ambos com tamanho e densidade eleitorais já comprovados em João Pessoa. Ambos já partem amparados pelos respectivos portfólios oriundos de gestões anteriores bem avaliadas, de quando foram prefeitos da Capital.
A pobreza de candidatos para uma disputa dessa envergadura é o que sugere a tendência da polarização entre Cícero Lucena e Ricardo Coutinho.
Preocupação
Com toda certeza, o ex-prefeito, ex-governador e ex-ministro Cícero Lucena até então não havia se preocupado tanto com o seu futuro nesta disputa como a partir de agora, sabendo que vai enfrentar um Ricardo Coutinho que tem vencido todas as disputas das quais participou, seja se elegendo, ele próprio, ou elegendo terceiros, como fez com o governador João Azevêdo em 2018.
Mais do que ninguém, Cícero Lucena sabe que vai enfrentar um adversário talhado pra luta e cuja característica de candidato mais marcante é crescer nas adversidades.
E os outros?
No cenário atual na política de João Pessoa, é no mínimo razoável avaliar que os demais candidatos equivalem ao baixo clero da política, a começar da candidata Edilma Freire, pinçada do colete do prefeito Luciano Cartaxo pelo critério do cunhadismo. Uma ilustre desconhecida, noviça na política, sem cacife e apadrinhada por um grupo que só vem acumulando derrotas.
O comunicador Nilvan Ferreira – que esteve muito bem posicionado enquanto frequentava os mais potentes microfones da Paraíba e as telas da televisão, e estava só na raia da disputa – notoriamente começou a despencar. Primeiro, quando ingressou no MDB, neutralizando o seu próprio discurso bolsonarista, que pregava a renovação na política, o combate à corrupção e contra o toma-lá-dá-cá, ou seja, tudo aquilo em que o seu atual partido é useiro e vezeiro.
Embora seja um político digno de boas referências, Anísio Maia (PT) não demonstra cacife e empatia suficientes para empolgar o eleitorado, além do fato de ter amargado derrota nas últimas eleições de que participou. A sua presença na raia da disputa causa a impressão de que o seu papel se restringe a marcar território petista no cenário da disputa, e nada mais.
O deputado Ruy Carneiro (PSDB) embora tenha feito mandatos dignos de registro na Câmara Federal também não dá demonstrações de empolgar o eleitorado. Além disso, pertence a um partido que ficou profundamente bichado e desacreditado pela participação e articulação no golpe parlamentar contra a presidente Dilma. A fragorosa derrota de Cassio Cunha Lima, em 2018, ficando em quarto lugar, atrás de Veneziano e Daniela Ribeiro, é a prova cabal do fracasso do PSDB.
Os demais candidatos, pelo que temos observado, participarão da campanha apenas pra fazer barulho, atrapalhar uns e ajudar outros. Chance de pelo menos um segundo turno é zero.
Será
A coluna arrisca projetar que, logo logo, vai aparecer alguma novidade na esfera jurídica para tirar Ricardo Coutinho do páreo.
Alguém duvida?..
Wellington Farias
PB Agora