A realização das eleições municipais previstas para este ano cada vez mais se torna uma incógnita. No estágio atual dos acontecimentos, há muito mais dúvidas do que certezas de que elas se realizarão de acordo com o calendário eleitoral ou se haverá necessidade de prorrogação.
Considerando que a pandemia causada pelo coronavírus não tem prazo para terminar, mais do que ter dúvida sobre a realização das eleições no primeiro domingo de outubro, já se começa a aventar a possibilidade de um pleito único em 2022. Não por vontade de quem quer que seja, mas por uma imposição da trágica situação em que vivemos hoje.
É verdade que a possibilidade das eleições ficarem para 2022 é aparentemente pouco provável. Mas se este quadro, já caótico, que apenas está começando, for muito além do que parece provável, como é que vamos ter eleição numa situação atípica, de um país parado ou, na melhor das hipóteses, retomando a sua normalidade e em meio ao inevitável baque econômico, como serão realizadas as eleições?
Não se trata, portanto, de querer ou não. Tudo depende, necessariamente, de uma situação que possibilite a retomada total da normalidade do país.
Imaginemos uma situação que, em caso pandemia, não se pode descartar. Se o país permanecer parado por muito tempo, a economia desandar por completo e não houver arrecadação de dinheiro suficiente para bancar uma eleição bastante onerosa, como é que fica?
Parece até que a coluna estava adivinhando quando, na última quarta-feira, alertou os órgãos de fiscalização para a possibilidade dos recursos oriundos dos decretos de calamidade pública terem outra destinação que não o de combate ao coronavírus.
Pois não é que, nesta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o desvio de recursos destinados ao combate de coronavírus, no município paraibano de Aroeiras.
Até o fechamento da coluna prosseguia o “Puxincói”, o sai-não-sai do ministro Sérgio Moro, da pasta da Justiça. Ele teria pedido demissão porque Bolsonaro quer demitir um capa-preta da Polícia Federal apadrinhado de moro.
É o segundo ministro a afontar o presidente em quinze dias. Um já foi. O outro até agora não se sabia.
Wellington Farias
PB Agora
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