A relação política do governador João Azevêdo com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, já não é mais a mesma.
Pelo menos na boca da imprensa e nos burburinhos que gravitam em torno do poder, não é mesmo.
Pode até ser – e apenas pode – que entre eles tudo esteja às mil maravilhas. Não se tem, ainda, elementos consistentes de que João e Cícero estão se estranhando.
Nem tudo o que a imprensa diz se escreve, é claro. Mas em alguns casos, quando ela diz “ou é, ou foi ou está pra ser”, conforme o velho adágio popular.
Uma coisa já é certa: não existe mais unanimidade de opinião quanto à fidelidade de relação política entre estes dois personagens da política paraibana.
Armação?
Outra coisa também é certa: se João e Cícero não estão mesmo se estranhando, alguém está operando bonecos de ventríloquo para por na rua um suposto estranhamento entre o governador da Paraíba e o prefeito da Capital…
Em se confirmando esta hipótese, fica claro que tem gente muito interessada nesta divisão…
Resposta
Há algo de muito estranho, mesmo. Não fosse assim, o governador João Azevêdo não gastaria o seu precioso tempo para dar entrevista negando divergências com Cícero Lucena. Fato que pode ser constatado nas páginas do PB Agora, com a seguinte manchete de cabo a rabo: “João descarta divergência com Cícero por conta de decretos para combater pandemia”.
Mídias
Com maior intensidade nesta quinta-feira (3), li, vi e ouvi vários comentários sobre o suposto azedume da relação de Cícero com João Azevêdo.
No início da tarde, o comentário mais claro, demorado e incisivo, sobre este assunto, partiu do jornalista Luís Torres, no programa diário da Rádio Arapuan.
Pelo que ouvimos, Cícero Lucena – matreira e estrategicamente – só estaria baixando decretos com medidas restritivas e de combate ao coronavírus depois dos decretos baixados por João Azevêdo. Por que depois, segundo o comentário de Torres? Porque o desgaste decorrente dos apertos naturalmente fica debitado na conta de quem primeiro baixa os decretos.
Resumo da ópera: para não sofrer desgastes, Cícero fica na espera, João Azevêdo lança seu decreto, arca com o ônus e, só depois, o prefeito de João Pessoa lança o seu, já como consequência do que foi determinado pelo governador.
Numa linguagem mais popular, o Caboclinho de Jatobá estaria sendo um mala sem alça, deixando que João Azevêdo caia na esparrela e se desgaste perante os setores afetados pelas medidas.
Faz sentido
Também faz sentido que exista mesmo, dentro das quatro paredes do Palácio da Redenção, uma insatisfação com a estratégia de Cícero Lucena.
Bom, mas o recado já foi dado…
Bares e restaurantes
Tem alguma autoridade ou parente de autoridade dono de bar, em João Pessoa?
Só pode ter. Porque essa tropa é sempre privilegiada pelos decretos municipais.
Em plena pandemia bares podem ficar abertos até 21 horas e (pasmem!) com “tolerância” até 21 horas.
Tolerância para disseminar vírus? Tolerância para aglomerar?
E mais: o coronavírus não se propaga durante todo o tempo que os bares
estiverem abertos?
Alguém acredita mesmo que os bares e restaurantes fecharão mesmo às 21 horas tendo a tal tolerância de mais uma hora de funcionamento?
É querer gozar da inteligência das pessoas…
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