Cherre Bezerra, biólogo pesquisador e presidente nacional da Comissão Permanente de Prevenção e Combate ao Assédio Moral (CPPCAM) na Embrapa Algodão, em Campina Grande, Agreste da Paraíba, denunciou casos de homofobia por parte de colegas de trabalho. O incidente foi registrado na Ouvidoria da empresa, no Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Polícia Civil.
Bezerra, de 40 anos, afirmou que enfrenta situações de homofobia dentro da empresa há alguns anos, mas agravou-se nos últimos dois. Em outubro de 2023, por engano, recebeu um áudio de um dos suspeitos, que continha frases homofóbicas direcionadas a ele.
O Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil em 12 de outubro de 2023, revela que o suspeito fez comentários ofensivos sobre Bezerra a um colega, incluindo a sugestão de prejudicá-lo no trabalho. O pesquisador compilou evidências, incluindo prints de conversas homofóbicas no WhatsApp, em um dossiê entregue à Ouvidoria da instituição.
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Em 4 de janeiro de 2024, outro boletim de ocorrência foi registrado, relatando um vídeo em que um dos suspeitos debochava e proferia palavras homofóbicas contra Bezerra. A denúncia destaca que a chefia da empresa, ao ouvir os suspeitos, aplicou apenas uma advertência verbal, alegando que são “dois pais de família que não podem correr o risco de perder o emprego”.
Bezerra, além de denunciar os dois suspeitos, acusa toda a chefia da Embrapa Algodão, englobando mais quatro pessoas, por negligência e conivência.
O G1 tentou contato com os suspeitos e a Embrapa para obter posicionamento. Um dos suspeitos afirmou que o áudio foi em tom de brincadeira, enquanto a Embrapa emitiu nota repudiando a discriminação e informando que um processo disciplinar está em curso.
A Polícia Civil declarou que está apurando o caso e entrará em contato com a vítima quando necessário. Bezerra destaca que a homofobia é um crime e fornece informações sobre como denunciar casos na Paraíba.