O Hospital Padre Zé, referência em atendimento filantrópico na Paraíba, enfrenta mais um desafio financeiro com a retomada do pagamento das parcelas de um empréstimo de R$ 13 milhões contratado pela gestão anterior. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (9) pelo presidente do Instituto São José, Padre George Batista, durante entrevista ao programa Arapuan Verdade.
O empréstimo, realizado pela gestão do ex-diretor Padre Egídio, afastado após denúncias de desvio de recursos do hospital, resultará em um desembolso mensal de R$ 300 mil pelos próximos dez anos. “Esse é um dinheiro que não ficou na instituição e que agora teremos que pagar, o que agrava ainda mais a nossa situação financeira”, destacou Padre George.
Déficit mensal e apelo por ajuda
De acordo com o presidente, o hospital enfrenta um déficit mensal de aproximadamente R$ 500 mil. O custeio gira em torno de R$ 1,6 milhão, enquanto as receitas regulares incluem R$ 800 mil provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e R$ 291 mil de um convênio com o Governo do Estado, totalizando cerca de R$ 1,1 milhão.
Para cobrir o déficit, a instituição depende de emendas parlamentares e do apoio de vereadores, deputados e senadores. “Desde já, faço um apelo à sensibilidade dessas lideranças, que têm sido fundamentais para o funcionamento do hospital. O Hospital Padre Zé não sobrevive sem esse apoio”, afirmou o sacerdote.
Impacto do empréstimo no funcionamento
O agravamento da situação financeira ocorre em um momento crítico para a instituição, que atende gratuitamente milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo Padre George, a interrupção temporária do pagamento das parcelas do empréstimo, obtida junto à Caixa Econômica Federal há um ano, foi essencial para aliviar as contas. No entanto, com o término desse prazo, o impacto financeiro do contrato firmado pela gestão anterior volta a pesar sobre o orçamento do hospital.
Histórico de denúncias
O ex-diretor Padre Egídio foi afastado da gestão do hospital após denúncias de desvio de recursos, que teriam contribuído para o endividamento da instituição. O caso ainda é alvo de investigações.
