Na manhã desta quarta-feira (9), as autoridades deram um importante passo na investigação da suspeita de interferência na eleição de 2022, com a detenção do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. A ação ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que vem lançando luz sobre atividades questionáveis durante o pleito do ano passado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do processo, permitindo um vislumbre das atividades que levaram à prisão de Vasques.
A investigação aponta para a concentração suspeita de operações de fiscalização no Nordeste, em especial na Paraíba, durante o segundo turno das eleições. Nesse dia crucial, marcado pela disputa acirrada entre Jair Bolsonaro e Lula, Vasques teria supostamente direcionado esforços para prejudicar o candidato petista. Dentre as áreas monitoradas, destaca-se a cidade de Cajazeiras, localizada no Sertão da Paraíba, que teria sido objeto de atenção por parte da PRF, segundo revelou o processo.
As ações empreendidas pelo ex-diretor da PRF vêm à tona a partir do depoimento de Clebson Ferreira de Paula Vieira, um ex-analista de Inteligência da Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Vieira atuou no período de maio de 2021 a fevereiro de 2023 e foi quem trouxe à luz os detalhes do que parece ser uma estratégia de manipulação do processo eleitoral. Ele relata que após o primeiro turno das eleições do ano anterior, recebeu instruções sobre um “projeto de painel” destinado a consolidar informações do resultado inicial da votação.
As investigações conduziram a análises estatísticas e cruzamentos de dados que revelam conexões intrigantes, incluindo a correlação entre as áreas de tráfico de drogas no Rio de Janeiro e as sessões eleitorais. Além disso, detalhes como a relação entre abstenções de votos e o número real de eleitores também vieram à tona, baseados nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A prisão de Silvinei Vasques e os detalhes que emergem do processo lançam luz sobre possíveis tentativas de manipulação do processo eleitoral, com a Paraíba emergindo como uma das áreas de interesse nesse intrigante cenário. A Operação Constituição Cidadã continua desdobrando suas descobertas, reforçando a necessidade de transparência e integridade nas eleições democráticas do país.
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