A diversidade sexual e os direitos humanos das travestis e transexuais no mercado de trabalho formal. Esse é o foco de uma parceria firmada entre a Coordenadoria de Promoção a Cidadania LGBT de João Pessoa, o Programa Transcidadania-JP e a empresa de Call Center, A&C.
Até o próximo dia 18, os profissionais da área de Recursos Humanos e operacional da empresa participarão de oficinas e capacitações sobre a diversidade sexual no ambiente de trabalho, como por exemplo, a questão do nome social no acolhimento a população LGBT.
Os trabalhos serão conduzidos pela Coordenadoria de Promoção a Cidadania LGBT de João Pessoa, que contará com o apoio do Programa Transcidadania-JP, da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), que atua desde o ano passado promovendo cidadania e oferecendo oportunidades de vida para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.
De acordo com Roberto Maia, coordenador de Promoção a Cidadania LGBT de João Pessoa, a iniciativa é pioneira no Brasil no sentido de inserir as travestis e transexuais no mercado de trabalho formal.
“Ficamos muito surpresos pelo acolhimento da A&C ao Programa Transcidadania JP. Percebemos que temos mais uma empresa parceira na inclusão das travestis e transexuais no seu processo seletivo, pois ainda existe muita discriminação em grandes empresas do país, na aceitação das identidades transexuais, fazendo com que grande maioria dessa população não consiga sequer participar de um simples processo seletivo”, disse.
Ainda de acordo com Roberto Maia, a parceria será realizada por etapas, sendo a primeira delas já concluída com a apresentação do Programa Transcidadania-JP, para os diretores de Recursos Humanos da empresa. Em seguida, serão realizadas as capacitações com os coordenadores de telemarketing e operadores.
Nesta etapa, duas transexuais da Coordenadoria LGBT de João Pessoa participarão das atividades dando seus testemunhos sobre realidade de exclusão, tanto no contexto familiar quanto no social.
“São pessoas que fazem um trabalho de excelência no processo formativo, sendo um homem trans, Diego Rodrigues, e uma mulher trans, Josy Silva. Essa fala de protagonista de suas histórias é de fundamental para os funcionários das empresas perceberem a realidade ainda de exclusão que ocorre em nosso país, sendo o Brasil o País onde se mata mais travestis e transexuais no mundo”, finaliza Roberto Maia.
Redação