A Paraíba foi escolhida entre dois estados brasileiros para fazer parte de uma pesquisa internacional sobre os pacientes portadores de hanseníase e passam pelo processo de reabilitação física e sócio- econômica por meio dos grupos de autocuidado. O estudo será feita pelo pesquisador holandes Wim Wan Brakel, que estará em João Pessoa nos dias 4 e 5 de março para conhecer a experiência das iniciativas de reabilitação física e socioeconômicas proporcionadas por meio meios desses grupos. Além da Paraíba, essa pesquisa será realizada no Estado de Rondônia.
A chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde, Mauricélia Holmes, explicou que a Paraíba foi escolhida para participar da pesquisa devido as ações de reabilitação física e socioeconômicas que o Estado realiza para esses pacientes, como é o caso dos grupos de autocuidado. “A Paraíba é pioneira na criação dos grupos de autocuidado e fomos os primeiros a dar vida a esta iniciativa”, destacou.
Durante os dois dias, o pesquisador estará reunido no Hotel Netuanah, na Praia de Cabo Branco, com todos os pacientes dos municípios de João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras, onde existem os grupos de autocuidado, para conhecer de perto a realidade, as experiências e a história de vida de cada um deles que superaram a doença e o preconceito e hoje exercem suas atividades profissionais normalmente. Durante a pesquisa serão entrevistados 18 pacientes que frequentam esses grupos de autocuidado e que também farão uma apresentação das suas atividades. O tradutor será o diretor da ONG NHRBrasil, Duane Hinders.
Além de realizar a pesquisa com esses pacientes, Wim Van Brakel também vai se reunir com a coordenadora geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação, do Ministério da Saúde, Rosa Castália, com membros dos grupos de autocuidado do Clementino Fraga e de Cabedelo, gerentes de Vigilância Epidemiológica e Ambiental e técnicos dos Agravos em Eliminação, da Secretaria de Estado da Saúde. O pesquisador também vai visitar serviços de reabilitação física, a e exemplo da Funad e do Complexo Hospitalar Clementino Fraga, que tem uma oficina de sapateiros para pessoas portadoras da hanseníase.
Sobre os grupos – Nos grupos, os pacientes convivem com outras experiências e aprendem a perceber as características de suas lesões, identificando precocemente o que esteja ocorrendo e o que possibilita uma tomada de decisão de tratamento mais acertada. Mauricélia Holmes explicou que nos encontros anuais os pacientes com hanseníase são alertados sobre a importância da constância diária da medicação e até da adesão dos familiares ao tratamento. “É importante, por exemplo, que uma dona de casa com hanseníase tenha consciência que lavar louça utilizando-se de luvas pode evitar ferimentos e até úlceras em mãos lesionadas”, alertou.
Doença – A hanseníase é uma doença infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. É importante que, ao perceber algum sinal, a pessoa com suspeita de hanseníase não se automedique e procure imediatamente um serviço de saúde mais próximo.
É preciso observar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele, que não coçam, mas causam a sensação de formigamento e ficam dormentes, com diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.
Tratamento – Todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. A doença pode causar incapacidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento, gratuito e eficaz, pode durar de seis a 12 meses. Os medicamentos devem ser tomados todos os dias em casa e uma vez por mês no serviço de saúde. Também fazem parte do tratamento, exercícios para prevenir as incapacidades físicas, além de orientações da equipe de saúde.
Secom
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