Quais variáveis podem causar a hesitação vacinal contra Covid-19 em brasileiros? Questões de cunho ideológico, como orientações político-religiosas e crença em fake news, poderiam influenciar nesse processo? Com o objetivo de responder essas e outras questões sobre o tema, um trabalho desenvolvido por pesquisadores das universidades federais de Campina Grande (UFCG) e de São Carlos (UFSCAR) analisou dados sociodemográficos de uma pesquisa de opinião pública com eleitores brasileiros, buscando identificar as principais variáveis que poderiam afetar a aceitação em receber a vacina contra Covid-19. Os resultados foram publicados no último dia 16 de abril em uma das mais respeitadas revistas sobre vacinação do mundo, a Vaccine.
Desenvolvido pelos pesquisadores Eanes Torres Pereira, da Unidade Acadêmica de Sistemas e Computação da UFCG, Sylvia Iasulaitis, do Departamento de Ciências Sociais, e Bruno Cardoso Greco, do Departamento de Ciência da Informação, ambos da UFSCAR, o trabalho analisa um conjunto de dados obtidos por meio da aplicação de questionários de uma pesquisa de opinião pública realizada com eleitores brasileiros acima de 16 anos.
A partir dos dados de 2002 respondentes, a exemplo de preferências políticas, faixa etária, escolaridade, faixa salarial, região do país, gênero, crença em fake news, confiança e intenção de se vacinar contra a Covid-19, foram investigados, utilizando abordagens de Ciências Sociais e algoritmos de Inteligência Artificial (IA), as principais variáveis que poderiam afetar a aceitação em receber o imunizante.
De acordo com os pesquisadores, os resultados do trabalho corroboram diversos achados obtidos por outros estudos do tema, além de apresentar outros pontos importantes, como quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar; as crenças religiosas apresentam efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina e a probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas ao tema. A pesquisa é importante para que órgãos que lidam com hesitação vacinal possam tomar decisões sobre quais variáveis devem ser tratadas de modo a reduzir a hesitação vacinal.
O professor da UFCG Eanes Torres, um dos autores do artigo, considera que o trabalho pode ser útil para organizações e órgão públicos que tratam de campanhas de vacinação. “Utilizando o modelo de relações causais desenvolvido nesta pesquisa, órgãos envolvidos com vacinação podem tomar decisões probabilísticas sobre como abordar determinados grupos de pessoas de acordo com informações demográficas. Além disso, é possível responder perguntas do tipo: qual é a probabilidade de uma pessoa do sexo masculino, com faixa etária X, que vive na região Y aceitar a vacinação? Após verificar o efeito que o perfil demográfico de interesse pode ter na hesitação vacinal, o órgão competente pode criar estratégias personalizadas para lidar com a hesitação vacinal”, explica.
O artigo, na íntegra, está disponível aqui > https://www.sciencedirect.com/
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