Um alerta amarelo de risco de erupção do vulcão Cumbre Vieja emitido esta semana, reacendeu a discussão sobre a possibilidade de formação de tsunamis que poderiam atingir a costa brasileira e alcançar a Paraíba. A notícia deixou os paraibanos preocupados.
Para tranquilizar a população, principalmente as pessoas que moram na área litorânea de João Pessoa, Cabedelo e Lucena, o pesquisador Saulo Vital, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Ações em Urgências e Desastres (NEUD), praticamente descartou a possibilidade de acontecer o tsunamis na Paraíba.
Segundo ele, não existem estudos aprofundados com simulações numéricas sobre os impactos para a costa brasileira, então seria difícil especificar com clareza quais estados seriam afetados por um possível tsunami.
Localizado na ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, próximo à costa do continente africano, o vulcão, que estava adormecido há décadas, deu sinais de atividades sísmicas.
O alerta emitido pelo governo espanhol indica que não há certeza de abalos, mas que o cuidado se estende para os próximos dias ou semanas.
O Instituto Geográfico Nacional da Espanha detectou 4.222 tremores no parque nacional Cumbre Vieja, em volta do vulcão. Nos últimos dias, além de aumentar o volume de movimentos sísmicos, a intensidade aumentou com abalos que tiveram magnitude superior a 3.
Conforme explicou à imprensa o professor e pesquisador Saulo Vital, existem quatro níveis de alerta, o amarelo é o segundo nível, que trata-se, na verdade, de um estado de observação por causa dos pequenos sismos dos últimos dias.
Existiu. Uma pesquisa comprovou que o tsunami atingiu a costa da Paraíba há 200 anos e provocou inundações no litoral do Nordeste.
O estudo foi realizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (da UERJ), em 2020, e segundo a investigação, existem evidências físicas da chegada de um tsunami nas praias da costa do Brasil em 1755, como resultado de um terremoto que atingiu Lisboa, capital de Portugal.
Os pesquisadores da UERJ, liderados pelo professor Francisco Dourado (Centro de Pesquisas e Estudos sobre Desastres – CEPEDES), em parceria com pesquisadores portugueses, constataram vestígios deixados pela onda gigante que teria atravessado o Atlântico e gerado estragos na costa brasileira, em Pernambuco e até na Paraíba.
O pesquisador também identificou em documentos que, o governador da Paraíba enviou uma carta ao Rei de Portugal informando que “uma grande onda” também havia inundado o litoral do estado.
PB Agora